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DEPOIMENTO DE APROVADO - JULIO CESAR OLIVEIRA MIRANDA - MP/AM
OLÁ MEUS AMIGOS, BOM DIA,
Como sabem, no domingo gosto de trazer uma postagem diferente, menos teórica e mais motivacional, então hoje vou publicar o relato do amigo Julio Miranda, com quem me formei em Jacarezinho, e hoje está aprovado no MP-AM para o cargo de Promotor de Justiça em vias de ser nomeado para exercer as tão relevantes funções ministeriais.
Julio é um cara vocacionado para o MP e que certamente fará a diferença na vida do povo amazonense que tanto precisa de novos Promotores para ajudar na transformação social que o interior do Estado precisa.
Reitero os parabéns pela aprovação (apenas ficou pendente aquela celebração em Tefé, mas esse é mero detalhe). Vamos ao relato:
Há alguns meses, o Eduardo – com quem me formei em
2012 – sugeriu que eu escrevesse um depoimento para o seu (excelente) blog
sobre minha trajetória até a aprovação no Ministério Público do Estado do Amazonas.
Fiquei muito honrado com o “convite”, mas, ao mesmo tempo, resolvi postergar o
aceite, já que escrever é sempre algo de grande responsabilidade, além de que,
nesse período, eu permanecia pensando em como escrever algo útil aos leitores e
que não se resumisse a um mero apanhado de métodos, táticas e a final aprovação.
Escolhi logo hoje (24/11/2016), um dia emblemático
para mim, para tentar transmitir a vocês o que significa, de fato, estar
preparado para lutar em busca de um sonho. É que, há mais ou menos três horas,
saiu o resultado da primeira fase do Ministério Público do Estado do Paraná. A
nota de corte ficou estabelecida em 65 acertos e eu obtive 64. E o pior de tudo
é que perdi uma questão por erro no preenchimento do gabarito, o que me tirou
do jogo. O primeiro sentimento foi o de frustração, já que um erro crasso e
juvenil me separou de uma nova aprovação. Mas há muito mais por trás disso e é
disso que quero inicialmente falar com vocês.
“Se você tem um sonho, você tem que protegê-lo.”
Esta frase sempre foi meu mantra em tema de concursos
públicos. O meu sonho nunca foi simplesmente ser aprovado num concurso. O meu
sonho sempre foi um só: ser Promotor de Justiça. Ocorre que a única forma de
realizar este sonho, até mesmo por exigência constitucional, é através de um
concurso público. Em resumo, a aprovação em concurso é o instrumento para a
realização do sonho de exercer determinada profissão (ou vocação, como queiram).
E acho que aqui reside uma primeira conclusão: não tenham como sonho a simples
aprovação. Sonhem além. Do contrário, a felicidade da aprovação será
rapidamente sucedida pela infelicidade no exercício do cargo.
Como instrumento para a realização de um sonho, o
concurso passa a compor o próprio sonho em si e então, como na frase acima, ele
precisa ser protegido o tempo todo. Proteger significa ser levado a sério, ser
tido como prioridade, ser encarado com muita seriedade. Isso não abrange
simplesmente sentar e estudar muito. Abrange cuidar da saúde, cercar-se de
gente qualificada (aqui registro menção honrosa a minha namorada e também
concurseira, Rafaella), tranquilizar o espírito, estar sempre disposto a dar
algo a mais e, o mais importante de tudo, ter resiliência, para saber perder e
continuar a qualquer custo. É como disse Rocky Balboa: “não se trata de quão forte (a vida) pode bater, se trata de quão forte (você)
pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é
conquistada”.
Foi no auge da junção de todos estes fatores que eu
consegui ser aprovado. É óbvio que eu estudei muito - aliás, até hoje não
conheci nenhum aprovado que não tenha feito isso -, mas além do estudo foi
primordial sentir durante o transcorrer de todas as fases que eu estava fazendo
tudo o que era possível para atingir o sucesso na aprovação.
É muito mais fácil você atingir seus objetivos quando carrega
o sentimento de que deu seu máximo em todos os aspectos. A clareza mental com
que você encara o certame ganha outra dimensão, o que potencializa suas
chances.
Para a aprovação, há um caminho a ser percorrido e
como me disse o Eduardo ainda hoje mais cedo pelo WhatsApp: “A regra é reprovar. Aprovação é uma ou duas”.
É claro que as reprovações precisam estar dentro de um contexto de evolução e
sempre protegidas pela máxima dedicação possível. Não se pode esconder-se atrás
das reprovações como se tudo estivesse bem. É preciso sempre e insaciavelmente
evoluir, modificar as estratégias, caso necessário.
Racionalizar o processo é com certeza a saída mais
inteligente. É preciso frieza para analisar a sua posição. Desprendido de
qualquer emoção, olhe-se de fora para dentro e reflita se você está entregando
o seu melhor, se você é merecedor. Exemplifico: friamente olhando para o
resultado que obtive hoje, fica bastante claro que não dei o meu máximo em todo
o processo até a prova e que, além da bendita questão que transcrevi errado,
errei outras trinta e cinco! Não
posso, racionalmente falando, jogar toda a responsabilidade da reprovação numa
bolinha de tinta mal pintada.
Entregar o seu melhor é uma atitude de respeito com
seus concorrentes. Todos eles (os verdadeiros concorrentes, claro) deram o
melhor de si. Assim como você, eles fizeram enormes sacrifícios para estarem
ali. E aqui cabe uma frase de Georges St-Pierre: “Se sou desrespeitoso com o meu oponente, como posso respeitar a mim
mesmo?”.
Acho que o que havia de mais importante, foi dito
acima. Mas, como o propósito também é falar um pouco da minha trajetória,
sucintamente a descrevo abaixo.
Ingressei na faculdade de Direito de Jacarezinho/PR
aos 17 anos, no ano de 2008, e me formei aos 22 anos, em dezembro de 2012. Em
2009, fui aprovado como técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná e lá exerço minhas atividades desde dezembro de 2010. Após a colação de
grau, cumpri o ritual básico de fazer um curso preparatório (à época, optei
pelo CERS), além de cursar uma pós graduação.
Após concluir o curso e montar meus próprios cadernos
com base nas aulas, aventurei-me no primeiro concurso para Promotor de Justiça,
no MPPR em setembro/2014, em que fiquei a 14 questões do corte. Depois, em
dezembro/2014, prestei MPGO e fiquei a 09 questões do mínimo. Em maio/2015,
prestei MPSP e fiquei por 05 questões. Neste período, estudava por doutrina (as
corriqueiras) e revisava meus materiais.
Como sentia que faltava pouco, mas que precisava de
uma chacoalhada nos estudos, contratei um método que direcionava meus estudos
(VIPJUS), no início do segundo semestre de 2015. Em novembro/2015 fiquei por 01
questão no MPDFT e, no final do mês, consegui ser aprovado na prova preambular
do MPAM.
Para a segunda fase, mantive o mesmo estilo de estudos
e revisões e obtive êxito em janeiro/2016. Para a fase oral, treinei via Skype
com outros aprovados e com amigos pessoalmente, além de fazer cursos à
distância (Acácio Garcia) e presencial (Aejur). Para a fase de tribuna, contei
com a ajuda de amigos aprovados e de promotores de justiça que me auxiliaram.
Com a aprovação final, distanciei-me dos estudos e
relaxei. Como ainda não fui nomeado, resolvi me aventurar no MPRS em
outubro/2016 (que teve a preambular anulada) e no MPPR agora em novembro/2016
(essa história vocês já conhecem).
Sobre eventuais dicas bibliográficas, métodos, cursos
etc, mantenho-me a disposição dos colegas através do meu email julio_miranda@outlook.com.
Espero de alguma forma ajudá-los.
Um grande abraço,
Júlio Miranda, em 25/11/2016
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Parabéns, nobre amigo. Sou testemunho de sua dedicação para prova oral e tribuna rumo ao MPAM.
ResponderExcluirOrgulho! Arrasou no texto, nas palavras e especialmente na dedicação. Você é de fato vocacionais para o cargo e a carreira vai ser de sucesso!
ResponderExcluirSensacional o depoimento! Estava meio desanimada um pouco hoje para começar os estudos, e resolvi vir ver as postagens aqui do Blog. Foram fundamentais. Parabéns pelo depoimento, e obrigada por dividi-lo.
ResponderExcluirParabéns pela aprovação, Júlio. Gostei da análise que fizeste em relação a tua pontuação no MP/PR. Achei racional e forte. Espero em breve poder postar a minha trajetória aqui. Parabéns e obrigada pelo depoimento.
ResponderExcluirParabéns pelo relato, Dr. Júlio!
ResponderExcluirDepoimento muito bom. Proteger o sonho...eis a meta.
ResponderExcluirFantástico! Um dos melhores depoimentos que já li! Sincero, sem firulas é genuíno...
ResponderExcluirObrigada por compartilhar.
AMEI O POST, PORQUE TRAZ A REALIDADE. CANDIDATO APROVADO EM UM CONCURSO NÃO TEM GARANTIA DE QUE SERÁ APROVADO EM TODOS. DO MESMO MODO QUE CANDIDATO REPROVADO NÃO SE QUILIFICA COMO INCAPAZ PARA PASSAR NOS OUTROS. ISSO ACONTECEU COMIGO, EU PASSEI PRA ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPRJ ESSE ANO MESMO E QUANDO FOI AGORA EM NOVEMBRO ME LASQUEI NA DATAPREV. E OLHA QUE O NÍVEL DE EXIGÊNCIA NA PROVA DO OUTRO CARGO ERA MAIOR. PORTANTO, OBRIGADA PELA REALIDADE TRAZIDA, PORQUE PROVA É PROVA, E NINGUÉM ESTA SEGURO DE QUE PASSARÁ OU FICARÁ IMUNE A UMA REPROVAÇÃO. EU ME REVIGOREI COM SEU DEPOIMENTO, ESTAVA ME ACHANDO MUITO BURRA E INCOMPETENTE. ERREI CEM POR CENTO DO CONHECIMENTO GERAL E NÃO FUI BEM EM DIREITO. PASSADO O LUTO DA DERROTA, É HORA DE RECOMEÇAR!!!!!!!!!!!OBRIGADA MESMO!!!! QUE DEUS TE ABENÇOE SEMPRE!!!!
ResponderExcluirCostumo ler e me interessar por relatos. Nada mais. Este, absorvi. Parabéns ao autor, meu nobre concorrente.
ResponderExcluirParabens. Analise maravilhosa e diferenciada.
ResponderExcluirExcelente depoimento, ainda bem que o compartilhou!!!
ResponderExcluirRelendo e renovando as forças. O comentário acima denuncia que se passaram 2 anos após a primeira leitura e ainda permaneço na jornanda de estudos. Hoje com mais responsabilidade que antes e com a certeza que em breve terei uma história de aprovação para compartilhar. Abs
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