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DEPOIMENTO DE APROVADO NO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - VINÍCIUS AFFONSO

Olá meus amigos, tudo bem?


Hoje trago a vocês um depoimento muito especial, que é o do Vinícius Affonso. Leitor do blog e hoje meu colega de MPF. 


Muito gratificante trazer a vocês o depoimento de um colega de carreira e que lia o blog antes de chegar no cargo que desejava. Para mim é uma felicidade imensa. 


Agradeço também ao Vini por compartilhar o relato, já que ajuda muitas outras pessoas que seguem nos estudos. 


Vamos ao relato: 


Fala, Edu! Que honra poder dar meu depoimento pra ti, meu caro haha. Pra mim isso também faz parte da realização de um sonho, já que sempre acompanhei diariamente o blog e me inspirei com os depoimentos dos demais colegas aprovados.


Primeiramente, gostaria de esclarecer que minha trajetória dos concursos não possui nenhum glamour haha, é recheada de diversos tropeços, mudanças, dúvidas e recomeços.


Então, me chamo Vinícius Affonso, atualmente tenho 31 anos, sou de Antonina, litoral do Paraná, mas estudei e me formei em Curitiba, na Unicuritiba, e fui aprovado, em 2023, no 30º concurso para Procurador da República.


Já desde a faculdade, me identifiquei muito com o MPF e decidi que queria integrar a instituição. Após conversas com colegas e professores, passei a estagiar na Procuradoria da República em Curitiba (depois de precisar fazer a prova de estágio por duas vezes para ser aprovado, era concorrido hahaha), onde me mantive estagiando até me formar.


Ainda na faculdade, prestei diversos concursos de técnico e analista, inclusive do MPU, porém, não consegui a aprovação em nenhum deles. Eu era um bom aluno e tinha ótimas notas, contudo, não tinha um estudo voltado para concursos. Sempre gostei mais de temas voltados à filosofia e a ideais críticos do Direito, o que me deixava bastante descontente com questões “decorebas” em concursos públicos haha.


Dois meses depois de me formar, já em 2015, pedi para sair do estágio de pós-graduação que iniciei no MPPR, ainda em Curitiba, e retornei para minha pequena cidade de origem com o propósito de manter um estudo rígido para concursos. Lá, logo consegui um cargo de assessor comissionado com a juíza da Comarca (que me ajudou demais, inclusive) e comprei alguns livros “aleatórios” para estudo de matérias que eu achava importantes para os certames. 


Aqui são válidos dois destaques do que não fazer: 1º – embora eu já sonhasse com o MPF, eu tinha a péssima e falsa percepção de que seria necessário e mais “fácil” eu passar para um cargo de técnico ou analista antes de tentar a prova de membro, por isso comecei a estudar para estes cargos a cada edital que saía; 2º – eu não sabia como estudar, simplesmente peguei os editais de cargos de servidor que queria prestar e comecei a lê-los de acordo com livros que eu achava que seriam adequados para aquele fim.


Foi só em 2017 que eu encontrei o brilhante trabalho do Eduardo e ele me deu uma luz gigantesca. A leitura do blog foi essencial para eu perceber que precisava adaptar minha rotina de estudos e focar diretamente no concurso para membro, além de ter me mostrado as fontes bibliográficas adequadas para o que eu planejava. A propósito, nunca me adaptei bem a videoaulas, por isso sempre preferi o estudo por livros, em geral de capa à capa e com grifos e perguntas anotadas no meio do texto, salvo exceções de matérias específicas e de menor complexidade. Nesse ano de 2017, adquiri o edital esquematizado para o MPF e montei um planejamento para cumpri-lo integralmente, creio que isso tenha sido fundamental.


Em aproximadamente um ano e meio, esgotei o edital esquematizado e fiz milhares de questões. Como um novo concurso do MPF não estava próximo de sair, decidi que era a hora de começar a fazer provas para me testar, embora eu ainda não me sentisse pronto (isso me perseguiu até a aprovação). Em 2018/2019, para ver como me saía nas matérias que estava estudando (em geral aquelas coincidentes entre concursos federais e estaduais), prestei provas de magistratura estadual e promotoria, mesmo que sem estudar temas específicos destas carreiras (como ECA, empresarial e família), e tive um resultado que, à época, me surpreendeu, tendo reprovado na prova oral do TJPR (creio que por nervosismo) e apenas num dos grupos da segunda fase do MPPR.


Logo em seguida, veio a pandemia e tudo mudou. Retornei para Curitiba e passei a morar com minha noiva. Diante da indecisão do momento pandêmico e desanimado em razão das reprovações, parei com os estudos e decidi que era a hora de descansar, embora ainda seguisse trabalhando na assessoria de forma remota.


Em 2021, retornei a estudar, reiniciando quase “do zero” mais uma vez. Porém, diante da incerteza de quando sairia novo edital do MPF e considerando que este era um concurso quase impossível, principalmente para quem o prestaria pela primeira vez, decidi que iria migrar os estudos para TRF’s, pois, ainda que não fossem “mais fáceis”, teriam provas mais recorrentes e eu poderia fazer várias delas num curto período. Meu foco principal, então, passou a ser o TRF4, que abrangia meu Estado de origem. Comprei então o edital esquematizado para juiz federal e passei a segui-lo religiosamente.


Em 2022, realizei a prova do TRF4 e, como um balde de água fria, reprovei ainda na primeira fase, ficando um ponto abaixo do corte. Foi desolador.


Na sequência, embora pensando em desistir dos estudos, fiz também a prova objetiva do TRF3. Nesta fiz uma pequena adaptação que considerei muito importante: graças à dica do professor Thales Leão, passei a estudar a literalidade das súmulas semanalmente, sobretudo nas semanas antes da prova, pois, revendo meus erros em provas anteriores, percebi que errava muitas questões relacionadas a elas, e que estudá-las era relativamente rápido e prático. Então, poucos dias após a reprovação no TRF4, fui novamente aprovado para uma segunda fase, agora no TRF3, e com uma nota consideravelmente acima do corte, o que, mais uma vez, me reanimou.


No final de 2022, enfim, veio a tão aguardada prova do MPF. Eu já não possuía qualquer esperança de ser aprovado nela, pois, além da notória dificuldade, eu tinha a “desculpa” de já não estar mais estudando para ela, já que havia mudado meu foco para a magistratura federal. Inclusive, no dia da prova, pensei em não fazê-la, considerando que era algo impossível e estava um frio de rachar em Curitiba hahaha, porém, graças a Deus tinha um anjo ao meu lado me apoiando, minha noiva, que me convenceu de prestá-la para ao menos “sair da dúvida” de como eu me sairia nesse certame que há tanto tempo havia sonhado (“você queria tanto isso e agora não vai nem tentar?!”, dizia ela).


Enfim, fiz a temida prova. No mesmo dia, à noite, cadastrei minha nota no ONV e tive um susto tremendo quando vi meu nome não apenas dentro da nota de corte, mas entre os primeiros colocados da fase objetiva. O sonho se reacendeu novamente, neste momento, arrependido, vi que esse era o cargo que eu sempre busquei, e que havia desistido dele apenas por medo, descrença ou por ter me deixado levar por circunstâncias da vida. A partir de então, decidi que retornaria 100% do meu foco para este concurso novamente.


Pouco depois, fiz as provas escritas tanto do MPF quanto do TRF3, tendo obtido êxito em ambas e avançado novamente à fase oral. Nesse momento, contraditoriamente, tive uma certa “tranquilidade” e tirei um pequeno peso dos ombros, pois estava em duas provas orais (com a possibilidade de ser aprovado em ambas) e, mais que isso, porque já havia passado por essa experiência anteriormente e sabia como ela deveria ocorrer. Óbvio que não estava totalmente seguro e convicto da aprovação, a insegurança é sempre presente, mas já tinha uma tranquilidade maior do que antes.


Enfim, realizei a prova oral do MPF, num lindo dia dos namorados em Brasília, em que consegui manter a calma mesmo diante de pontos difíceis. Para esta fase, creio que tentar se manter descansado e calmo no dia da prova sejam os instrumentos mais importantes para conseguir êxito. Quando saiu o resultado, poucos dias depois, por sermos poucos aprovados a comissão resolveu telefonar para cada um de nós para dar a notícia, o que foi literalmente um teste pra cardíaco haha, pois, sendo um dos últimos a receber a ligação e sabendo das ligações recebidas pelos demais colegas, eu já estava quase infartando, mas então, já no final do dia, o telefonema veio e tudo parou naqueles segundos em que eu ouvia os parabéns do Procurador secretário do concurso, que já me chamava de colega e dizia que me esperava em Brasília para a posse.


A emoção da aprovação foi tremenda, inexplicável! Literalmente a realização de um sonho, o momento em que tudo faz sentido e todo o esforço, as abdicações, os choros e os momentos de aflição são recompensados.


Com certeza é um sonho que não se sonha sozinho, e ter o apoio das pessoas que amamos facilita muito a trajetória até alcançá-lo.


Hoje, tenho a certeza absoluta de que o MPF é e sempre foi minha casa. Até por isso, inclusive, sequer cheguei a prestar a prova oral do TRF3, já que não havia mais dúvidas de onde eu deveria estar.


Se for de ajuda àqueles que ainda estão na caminhada dos estudos, gostaria de deixar algumas dicas que considero fundamentais para minha aprovação: 

1- primeiramente, disciplina é indispensável, de modo que o estudo deve se tornar um hábito diário (ou próximo disso), devendo ser realizado ainda que não seja da maneira perfeita; 


2- a humildade também é determinante, pois, além de ser uma companheira que deve lhe seguir em todo o exercício da carreira, vai lhe permitir observar seus erros em provas e melhorá-los; 


3- junto disso, é importante também não ter pressa, ter um objetivo é necessário, mas ele precisa ser possível de se realizar faticamente, não adianta traçar planos muito extremos visando uma aprovação mais célere – o apressamento causa ansiedade e prejudica o resultado; 


4- conte seus sonhos e seus objetivos apenas para aqueles que não irão lhe atrapalhar ou lhe pressionar demais a alcançá-los, nós já nos pressionamos demais sozinhos; 


5- por vezes, é melhor parar os estudos para se reorganizar, pois estudar de forma errada ou desorganizada vai lhe custar muito tempo e não lhe trará bons frutos, o tempo passará de qualquer forma e é preciso aproveitá-lo da melhor maneira – há um ensinamento de que se gasta mais tempo tentando cortar uma árvore com um machado sem fio do que parar para afiá-lo e cortar com eficiência, isso é aplicável à realidade dos concursos; 


6- por fim, destaco a importância de se aproveitar a vida e buscar o apoio das pessoas que lhe cercam, pois, enquanto estudamos, a vida segue acontecendo, e, como a aprovação é incerta, se deixarmos para aproveitar o dia a dia apenas depois de conquistar o cargo sonhado pode ser que nenhuma das duas coisas aconteça, ou seja, o tempo pode passar, você não ser aprovado e perceber que simplesmente não viveu, o que é um prejuízo dobrado. 


Eduardo, em 03/08/2024

No instagram @eduardorgoncalves

8 comentários:

  1. Parabéns e muito obrigado pelo seu depoimento. Demais inspirador!! As seis dicas finais então, são valiosíssimas.

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  2. Parabéns, Vinícius! Até me emocionei com seu relato!

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  3. Bacana o relato do colega! Parabéns pela conquista! Gosto do blog por isso, conseguimos de qq lugar obter dicas valiosas de pessoas que já trilharam o caminho que pretendemos alcançar! Sucesso ao aprovado e ao Edu!

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  4. Muito bom! 😊 obg por nos inspirar com seu depoimento!

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  5. Meus parabéns ao aprovado!! Que seja um profissional de excelência!! Muito obrigada por compartilhar seu depoimento!! Sucesso!!

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  6. Que satisfação ler esse depoimento. Eu me vi um pouco nele. Sou procurador municipal e, apesar de gostar muito de procuradorias e sempre achar que me encaixo nelas, fiquei focado em magis e MP por ter maior recorrência de concursos e, não obstante alguns bons resultados na primeira fase, o estudo para a segunda sempre foi mais pesado para mim, pelas matérias e peças específicas. Decidi retornar aos estudos para PGE, PGM e AGU este ano. Estou feliz e espero que, como o Vinícius, eu consiga lograr êxito!

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  7. Depoimento incrível e motivador! Muito obrigada!

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  8. Deu até esperança, parece muito com minha trajetória. Parabéns!

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