Dicas diárias de aprovados.

O QUE FAZER AGORA PÓS-ENAM + MINHAS IMPRESSÕES DA PROVA

 Olá meus amigos, tudo bem? 


A pergunta do dia: O QUE FAZER PÓS-ENAM? 

Pois bem, esses últimos meses, desde o anúncio do ENAM, foram muito desgastantes, quer pelo fato de ser novidade, quer por te impossibilitar de continuar a fazendo concurso da Magis sem a aprovação. 

É muita coisa para uma só prova.

Então nossa recomendação é descansar enquanto espera pelo gabarito. O gabarito sai só amanhã, então hoje e amanhã são dias de descanso pleno, sem se preocupar com prova, de passar o dia sem fazer nada. 

A partir de amanhã, com o gabarito em mãos, aí sim você deve parar a recalcular a rota, definindo a estratégia para as fases locais dos concursos ou definindo uma nova estratégia para o 2 ENAM. 

Mas isso é assunto para amanhã. Hoje o dia é de descanso. 


O QUE VOCÊ ACHOU DA PROVA PROFESSOR? 

Achei mais do mesmo, podemos dizer uma OAB mais dificultada. 

A FGV continuou sendo a FGV. A prova não foi interdisciplinar. A prova em nada mudou do tradicional padrão FGV. Tivemos uma prova de nível médio, nem tão fácil como a OAB, mas menos complexa do que as últimas provas da FGV para Magis. 

Tenho uma forte crítica a fazer a prova de direito civil, que mal se preocupou com o dia a dia da Magistratura brasileira, cobrando questões que eram relevantes há 50 anos, mas não agora. Nada sobre condomínio, mas sim sobre propriedade de frutos ou sobre as consequências advindas de construir em terreno alheio, temas esses que mal chegam ao Judiciário hoje em dia. Esqueceram de cobrar alimentos, condomínio, bem de família, separação de bens, esses sim temas caros ao Judiciário atualmente. 

Outra crítica é que o dia a dia da JF, JT e JM não foi explorado. Nada do que fazemos no dia a dia da JF estava na prova. Da JT até tentaram colocar 2 questões e da JM nem tentaram. Os próximos juízes federais, do trabalho e militar estudam para a Magis Estadual (esse é o resumo). Mais um ponto negativo para o exame, no meu entender. 

A Magistratura do Trabalho e Militar são provas muito diferentes do que vimos ontem. Nada do perfil buscado pelo próprio concurso unificado da Magis do Trabalho se viu na prova do ENAM.

Além disso, os temas abordados em matérias chaves, como civil e empresarial, nada interessam à Magistratura Federal, do Trabalho e Militar (ou pouco interessam). Direito Penal, tal qual abordado, praticamente buscou selecionar juízes estaduais, não tendo nenhum crime de interesse federal (nem mesmo trabalho escravo!). 

O fato é que uma prova objetiva sempre será uma prova objetiva, logo prova de memorização. Não há como medir vocação por uma prova objetiva de múltipla escolha. Concurso, desde que o inventaram, é teste de memorização quando a prova é de múltipla escolha. Se tivesse como ser diferente, já o era há muitos anos.

O que difere a Magistratura dos demais concursos são as questões discursivas e a prova oral, e não a prova objetiva que sempre será apenas um filtro de memorização. 


A PROVA DA MAGISTRATURA MERECE REPAROS? 

No meu ponto de vista, sim. Mas era uma reparo na segunda fase. Uma só sentença cível e criminal, com poucas questões discursivas, não são suficientes para selecionar os melhores, porque deixam muito para a sorte (se o tema da sentença você dominar, você passa, se não dominar está reprovado). Não dominar um tema específico pode te tirar de uma segunda fase, e isso é errado, terrível e injusto. 

Eu mesmo reprovei em um TRF por não saber muito bem um tema de sentença, embora soubesse muito bem todas as questões discursivas e a outra sentença. Esse espaço para a sorte/azar não deve existir. Uma sentença não define seu conhecimento.

Talvez a solução seja fazer mais questões discursivas e sentenças, e a nota ser obtida a partir da soma de mais questões/sentenças, como é no MPF e no MP/PR (5 peças processuais + ao menos 30 questões discursivas). É mais cansativo, claro que é, mas dá aos examinadores mais material para análise, permitindo selecionar os melhores em um contexto global. 

Não saber um tema da sentença não pode ser o motivo para a eliminação no concurso, e esse é o ponto do concurso da Magis que merece reparo, mas que não tem sido falado e percebido. 

Frisa-se que esse é, apenas, meu ponto de vista. 


E PROFESSOR, QUANTOS PROVADOS? 

R- Haverá um bom número de aprovados. Chuto em algo em torno de 2.000. Mais que isso não acredito. A prova não estava difícil, mas sim de nível médio. Foi uma média entre uma prova da VUNESP e uma prova da FGV para Magis. A prova não estava fácil, então não teremos muito aprovados não. Se na OAB passam 30% na primeira fase, aqui teremos no máximo 10% porque a prova estava mais difícil e porque o Corte era bem maior (20% a mais no Corte faz toda diferença). 


Enfim, bola para frente e boa sorte a todos. 


Bons estudos.


Eduardo, em 15/4/24

No instagram @eduardorgoncalves

8 comentários:

  1. Depois de ontem eu só vou seguir o método de vocês.

    ResponderExcluir
  2. Poxa, concordo e assino em baixo com tudo.
    Seria muito interessante se o Dr. E outras figuras relevantes do mundo dos concursos (samer, Felipe duque etc) se juntassem e apresentassem um modelo desse para o Barroso. A materialização do Enam foi péssima, mas poderia aproveitar o início trágico para fazer algo interessante.
    O exame poderia ser a primeira fase geral, e os tribunais ficariam encarregados apenas das dissertativas e oral, mas com esses moldes. Várias questões e sentenças. TB acho muito mais justo.

    ResponderExcluir
  3. A prova foi justa. Nada de cobranças mirabolantes referentes a legislações super específicas ou a conhecimentos doutrinários rebuscados. A exigência foi basicamente lei seca e jurisprudência.

    O único porém é que nem de longe o Exame cumprirá o tão alardeado propósito de incrementar a formação humanística da magistratura. O nível de reflexão ou tom crítico foi inexistente.

    E é totalmente irracional ter submetido a Magistratura do Trabalho ao ENAM, já que a seleção da carreira, além de exigir conhecimento especializado, já é realizada em caráter nacional unificado.

    Por fim, acredito que os cotistas serão parcela expressiva dos aprovados. Estava fácil acertar 50% da prova.

    ResponderExcluir
  4. Os novos editais da magistratura vão sair agora ou vão esperar o próximo enam?

    ResponderExcluir
  5. 2.000 aprovados é um bom número para concorrer a todas as provas de Magistratura do País? Não acredito. É muito clara a dificuldade de acesso à carreira da Magistratura criada pelo ENAM.

    ResponderExcluir
  6. Agora vai ter que criar cota pra quem não entrou pela cota

    ResponderExcluir
  7. Nossa, dia a dia da magistratura, vocacionados. Faltaram questões sobre alimentos, Lei Maria da Penha e por aí vai. Além de humanística, que a cobrança permanece uma grande ficção jurídica.

    ResponderExcluir

Sua interação é fundamental para nós!

SIGAM NO INSTAGRAM @EDUARDORGONCALVES.

ENTREM NO NOSSO GRUPO DO TELEGRAM CLICANDO AQUI.

PARTICIPEM DO NOSSO FÓRUM DE DISCUSSÕES.

GOSTOU DO SITE? ENTÃO NÃO DEIXE DE NOS SEGUIR NO INSTAGRAM @EDUARDORGONCALVES.

ALÉM DISSO, ENTREM NO NOSSO GRUPO DO TELEGRAM.

NÃO DEIXE DE LER!