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DEPOIMENTO DE APROVADA NO 28 CPR - GABRIELA TAVARES

Olá, pessoal!
Como estão?
Depois de muitos pedidos, trago o depoimento da minha amiga e aprovada no 28º CPR, Gabriela Tavares.
Beijão
Hayssa

"Após a minha aprovação no 28ºCPR algumas pessoas pediram para que eu publicasse um depoimento sobre minha trajetória nos estudos e, como na época em que eu era concurseira esses relatos me motivavam bastante, nada mais justo do que fazer o mesmo para tentar ajudar tantas outras pessoas que estão enfrentando esse mundo difícil (quase desumano rs.) dos concursos.
Bom, inicialmente vou me apresentar. Meu nome é Gabriela de Góes Anderson Maciel Tavares, tenho 26 anos e atualmente sou assessora jurídica de Procurador Regional da República na PRR2.
Durante a faculdade eu fui uma boa aluna, tinha notas boas, meu CR final ficou acima de 9,0, porém apenas estudava o necessário para passar de período (todos sabem que a faculdade de Direito não é das mais difíceis). Infelizmente eu só fiz o básico e nada além disso.
Nos cinco anos de faculdade fiz estágio na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e por um curto período no Tribunal de Justiça. Devo muito à Defensoria do Rio de Janeiro, aprendi bastante, no entanto, mesmo sabendo que o meu destino seriam os concursos públicos, nunca quis ser Defensora ou Juíza. Minha maior dúvida era entre o Ministério Público e a Procuradoria do Estado. No entanto, as atribuições do Ministério Público, principalmente no âmbito da tutela coletiva, fizeram com que eu optasse por tentar ingressar na carreira.
Após a formatura comecei a estudar intensamente para concurso público. No início eu tinha o pensamento de “vou estudar para tudo, pois não tenho o tempo de prática jurídica para o MP”. Ou seja, eu acreditava que perto de completar a prática bastaria estudar uns 6 meses para o MP que eu passaria. Ledo engano. Quem é concurseiro “normal” (tem pessoas diferenciadas, nunca foi meu caso) sabe que 3 anos estudando para o MP é pouco.
Lembro-me bem da primeira prova de concurso que fiz. Prova da PFN de 2012. Eu estava estudando há 6 meses e achava que já estava devidamente preparada (hahaha). Resultado: acertei 30% da prova. Quando vi o resultado fiquei arrasada, chorei muito. Mas de certa forma aquela prova foi essencial para eu perceber que em concurso público de alto nível o buraco é bem mais embaixo.
A partir daquele momento comecei a focar na carreira dos meus sonhos. Porém, mais uma vez cometi um grande erro. Mesmo preferindo o MPF, foquei meus estudos para o MPRJ, pois achava que seria impossível passar no concurso para Procurador da República, conhecido como o mais difícil do país.
Fiquei 2 anos estudando para o Ministério Público Estadual. Nesse tempo eu fazia todos os concursos de alto nível que apareciam, mas sem desviar os estudos para o MP. Fiz Defensoria de SP (minha primeira segunda fase), do Paraná e do RJ, Procuradoria dos Municípios de SP e de Niterói, TJRJ e TJSC. Após o meu primeiro ano de estudos, eu comecei a passar para todas as segundas fases que fiz, mas sempre perdia.
Durante esse tempo eu tive um grande avanço em primeiras fases. Na minha primeira prova objetiva (PFN) acertei apenas 30%, já na última, para o cargo de Juiz de Santa Catarina, realizada em julho de 2015 (após a prova objetiva do MPF), fui a primeira colocada. O segredo? Treinar, treinar e treinar.
Já bastante cansada da rotina de estudos e de não ver muito resultado nas provas discursivas, eis que abriu o edital do 28º CPR. Na época eu quase não fiz a inscrição, justamente por acreditar que seria impossível passar nesse concurso. Acabei fazendo no último dia.
Quando saiu o edital do MPF eu estava em duas segundas fases: Procuradoria de Niterói e Defensoria do Estado do RJ. Nesse momento cometi um outro grande erro: não estudei para o MPF. Estava focada nessas outras provas. A minha tática era a seguinte: normalmente estudava apenas para MP Estadual, mas no caso de uma eventual segunda fase, me direcionava para essa prova.
Conclusão: fiz a primeira fase do MPF sem estudar NADA de internacional, humanos e econômico. Durante a prova eu escolhi as matérias de cada grupo em que eu tinha maior facilidade, assim garanti meus pontinhos nelas e consegui fazer o mínimo em cada grupo. Com o gabarito percebi que seria possível. Consegui fazer o mínimo no G1, G2, e G3, mas fiquei no G4 apenas por uma questão, sendo que o boato era de que algumas seriam anuladas.
Quando saiu o resultado da prova objetiva, e eu vi meu nome na lista, fiquei uns 5 minutos em estado de choque e depois 1 hora chorando e rindo ao mesmo tempo. Mas depois me bateu um desespero.
Muitas pessoas me falavam: “Gabriela, se você passou nessa prova objetiva do 28ºCPR, você já está dentro do MPF, a primeira fase é a mais difícil”. Porém, eu não pensava assim, já que não estava preparada para enfrentar uma prova discursiva de internacional e humanos nível MPF.
Entre a primeira e a segunda fase eu estudei MUITO, passava a noite acordada estudando (não recomendo). Como fui pega no susto, além de ler alguns capítulos importantes de alguns livros, como os de André de Carvalho Ramos e Daniel Sarmento, me agarrei no “Santo Graal” e não larguei mais, era o que eu podia fazer, já que o tempo entre uma prova e outra era muito curto. Ele me salvou.
Após a prova escrita eu comecei a estudar para a prova oral, porém meio descrente, pois acreditava que não tinha conseguido avançar no concurso. Justamente por não estar confiante, o meu ritmo de estudos caiu bastante. Além do mais eu estava muito cansada, pois 2015 foi um ano em que praticamente não respirei, já que foi uma prova atrás da outra.
Eu passei para a prova oral através de recurso, pois, mais uma vez, tinha ficado no G4. Quando saiu o resultado dos recursos eu estava com passagem comprada para Porto de Galinhas no dia seguinte (para vocês verem como eu estava confiante haha). Ao ver meu nome na lista eu chorei desesperadamente e, óbvio, cancelei a viagem na mesma hora, já que faltava apenas 1 mês para a prova oral.
A minha preparação para a prova oral se basou no “Graal do Igor”. O Igor Spíndola, uma pessoa iluminada (hahah), coordenou uma atualização do Graal voltado apenas para a prova oral, ou seja, bem menor do que a versão original. Eu achava que iria conseguir ler o Graal de todas as matérias, além de fazer revisão antes da prova. Doce ilusão. Apenas consegui terminar as matérias em que eu possuía maior dificuldade ou maior medo (Internacional e Humanos).
Para a prova oral eu me inscrevi em dois cursos: Vitorelli e CEI. Os dois foram muito proveitosos para mim, principalmente pelo feedback, mas, sinceramente, os treinos via Skype com os demais colegas foram fundamentais e fizeram a diferença.
A minha prova oral foi no dia 20/10/2015, fui para Brasília com dois dias de antecedência e levei uma mala lotada de livros. Nem preciso dizer que não li nem 1/3 do que levei. No grande dia, graças a Deus, foi tudo bem, eu estava extremamente calma (muito mais calma do que nos treinos) e focada. O ambiente da prova é muito tranquilo, os examinadores e servidores são muito solícitos. O pior não é a prova oral, mas os dias que a antecedem.
No dia 29/10 saiu o tão esperado resultado. Ver o meu nome na lista de aprovados foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Sem dúvidas valeram a pena todo o esforço e todas as renúncias.
Por fim, vou contar um pouco sobre a minha rotina de estudos. Eu não trabalhava, então possuía o dia integral para estudar. Acordava às 7:00h e começava a estudar às 8:00h, parava às 12:00h para almoçar e tirava um cochilo até às 13:00h (eu estudava em casa). Depois apenas parava às 17:00h para lanchar por meia hora e estudava até às 21:00h. É óbvio que durante esses períodos às vezes eu interrompia os estudos por 10 minutos, mas nada além disso. Tinha dias em que eu não tinha o mesmo rendimento, isso é extremamente normal, desde que não seja a regra. Aos sábados eu parava de estudar um pouco mais cedo, por volta das 19:00/20:00h e aos domingos estudava apenas pela manhã.
Abdiquei de diversos momentos com meu noivo, minha família e meus amigos, sem contar os feriados e finais de semana trancada em casa. Minhas saídas se limitavam a fazer algo mais light, como cinema ou jantar. Eu sei o quão difícil é esse período na nossa vida, ficamos desgastados tanto fisicamente como emocionalmente, no entanto, pense que isso é provisório e que ao final tudo vale a pena. Tente não fazer dessa fase mais desgastante do que ela já é.
Sempre gostei de fazer fichamentos, achava mais fácil para revisar depois (revisem!). Não concordo com pessoas que querem impor um método de estudo, cada um tem o seu. Descubra o que melhor se encaixa ao seu perfil.
Nunca fiz cursos regulares, sempre preferi módulos específicos. Fiz os seguintes módulos: a) Direito Penal, Ana Paula Vieira de Carvalho, Curso Ênfase (excelente, super recomendo), b) Direito Civil, Fabrício Carvalho, Curso CEAP (excelente), c) Direito Constitucional, Daniel Sarmento, Curso Master (excelente), d) Direito Administrativo, Rafael Oliveira, Curso Fórum, e) Direito Tributário, Andreia Veloso, Curso CEAP, f) Processo Civil, Erik Navarro, Curso Ênfase.
Bom, é isso. Após a minha experiência em concurso público posso dar dois conselhos: (1) Foque na carreira dos seus sonhos, independente da dificuldade para alcançá-la. Nada é impossível, basta ter disciplina. (2) Quem estuda passa!
Espero que gostem.

Bibliografia:
Constitucional: Daniel Sarmento (módulo e livro) e todas as ações e pareceres de Deborah Duprat, bem como as publicações da 6ªCCR.
Eleitoral: José Jairo Gomes.
Internacional: Portela e Graal.
Humanos: todos os livros de André de Carvalho Ramos. Para mim, o mais importante é o “Processo Internacional de Direitos Direitos Humanos”.
Administrativo: Rafael Oliveira (livro e módulo).
Ambiental: Frederico Amado.
Tributário: Ricardo Alexandre.
Financeiro: Harrison Leite.
Consumidor: Leonardo Medeiros.
Econômico: Graal.
Civil: No início dos meus estudos eu li o Tartuce, mas depois que fiz o módulo do Fabrício Carvalho apenas estudei pelo meu caderno.
Processo Civil: Daniel Assumpção.
Penal: No início li o livro do Bitencourt, mas depois apenas estudei pelo meu caderno do módulo da Ana Paula Vieira de Carvalho.
Penal Parte Especial: Rogério Sanches.
Processo Penal: Pacelli e Fischer."  

11 comentários:

  1. ela é a PROCURADORA MODELO!! linda e inteligente! Amei o depoimento pois tenho uma rotina de estudo bem parecida. Eu só queria saber o que é esse Graal

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  2. Adoro depoimentos de aprovados! É sempre muito incentivador.

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  3. Tá aí o Santo Graal
    http://iudexsapiens.blogspot.com.br/2016/02/graal-do-mpf-27cpr-28cpr-e-vitaminado.html

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  4. É o Santo Graal do João Lordelo.

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  5. Parabéns Gabriela. Muito bom seu depoimento. Um dia você leu, hoje você escreve a sua história e inspira os atuais concursandos a um dia escreverem.
    Gostaria de te pedir um favor. Você poderia ceder o material/anotações das aulas de Daniel Sarmento para o Curso Master? Eu gosto muito do que ele escreve, mas não tenho essas anotações e acredito que elas me ajudarão muito. Nessa linha, também ficaria grato se cedesse as anotações de Ana Paula Vieira de Carvalho, Fabrício Carvalho, Rafael Oliveira e Andreia Veloso. Mas o que me chama mais atenção são as de Daniel Sarmento mesmo.
    É possível fazer isso? Meu e-mail é rfs.andrade@hotmail.com
    Caso possa ceder esse material, o que agradeço imensamente, recomendo que envie assim que veja essa mensagem, pois acabamos nos esquecendo quando deixamos para depois. Digo isso por mim. Rs.
    Estarei no aguardo e na torcida por esse almejado material.
    Sucesso e meus sinceros parabéns pela recompensa em meio às renuncias, o que encerro desejando muita satisfação/realização profissional e pessoal.

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    Respostas
    1. Olá, desculpe o oportunismo, mas se puder me envie também. Estou nessa árdua caminhada e nem preciso expressar o quanto ela é difícil e esses materiais podem ajudar muito. Obrigado...

      Bruno Carvalho

      bruno_kpax@hotmail.com

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  6. E a prática jurídica, como você fez ??

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  7. Como provou a prática jurídica? você disse que não trabalhava...

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  8. Como acompnhar os pareceres da Deborah?

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  9. Ué. E prática jurídica veio daonde?!

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