Olá meus amigos, tudo bem?
Desde que eu entrei na faculdade de direito em 2008 um dos temas debatidos era sobre o uso de símbolos religiosos em prédios públicos? Pode ou não? Afronta o estado laico ou não?
Pois bem, a discussão chegou ao fim no STF.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a presença de símbolos religiosos, como imagens e crucifixos, em prédios e órgãos públicos não fere o princípio da neutralidade estatal em relação às religiões (laicidade) nem a liberdade de crença das pessoas
No voto que conduziu o julgamento, o ministro Cristiano Zanin lembrou entendimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que cultura e tradição também se manifestam por símbolos religiosos. Ele ressaltou que a Constituição Federal protege a liberdade religiosa, sua manifestação e seu livre exercício e proíbe a discriminação por motivos de crença ou convicção filosófica.
Segundo Zanin, a laicidade do Estado é tema recorrente na jurisprudência do STF, em temas como validação da Lei da Biossegurança, tratamento diferenciado na rede pública para pacientes testemunhas de Jeová e presença de exemplares da Bíblia em bibliotecas e escolas públicas. O ministro ressaltou, porém, que, nos casos em que a presença de símbolos religiosos foi imposta por lei, o Tribunal invalidou as normas, por violação do princípio de que o Estado deve ser neutro e laico.
Por fim, Zanin observou que os símbolos religiosos estão presentes desde a formação da sociedade brasileira com a colonização portuguesa. Essa simbologia, a seu ver, não está presente apenas nos objetos, mas também nos feriados religiosos, em nomes de ruas, praças, avenidas, cidades e estados, “que revelam a força de uma tradição que, antes de segregar, compõe a rica história brasileira”. Segundo ele, a fundamentação jurídica não se baseia em elementos divinos, “não impõe concepções filosóficas aos cidadãos e não constrange o crente a renunciar à sua fé”.
Ou seja, o uso de símbolos religiosos de maneira espontânea e natural é uma manifestação cultural. O que não se admite é que isso seja imposto por lei (nesse caso a lei seria inconstitucional). Essa distinção vocês precisam fazer em uma prova discursiva.
Eis a tese fixada:
“A presença de símbolos religiosos em prédios públicos, pertencentes a qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que tenha o objetivo de manifestar a tradição cultural da sociedade brasileira, não viola os princípios da não discriminação, da laicidade estatal e da impessoalidade“.
Lembrem: lei que imponha o uso de símbolos religiosos é inconstitucional!
Tema complementar: LAICIDADE X LAICISMO - Entenda a diferença.
Certo amigos?
Eduardo, em 28/11/24
No instagram @eduardorgoncalves
Logo, se um dia a sociedade brasileira quisesse colocar uma iemanja, ou ogun, não feriria a laicidade também, certo? Ou isso serve apenas pro crucifixo?? Esses votos são carregados de cultura imperialista. Essa é a verdade.
ResponderExcluir