Olá meu caros!
Como andam os estudos? Aqui é Rafael Bravo, Defensor Público e editor do blog do Edu, com mais uma dica nesta segunda-feira!
Antes de iniciar o tema importante que pode ser cobrado nos concursos da Defensoria, queria convidá-los para curtir meu novo site e se inscrever na lista para o meu próximo evento gratuito que devo lançar em breve! Basta clicar no botão inscreva-se que você receberá sempre informações sobre meu evento gratuito sobre técnicas de estudos para levar você mais rapidamente na sua aprovação!
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Hoje a dica será sobre um conceito cunhado por Lélia Gonzalez (intelectual brasileira pioneira nos estudos sobre à Cultura Negra no Brasil) – denominado “amefricanidade”. Esse assunto foi cobrado na última prova da DPESP e pode cair novamente nos concursos da Defensoria, que conta com provas críticas, com o estudo de DH aprofundando e proteção de grupos vulneráveis.
O conceito apresentado pela intelectual aduz:
“Já na época escravista, ela se manifestava nas revoltas, na elaboração de estratégias de resistência cultural, no desenvolvimento de formas alternativas de organização social livre, cuja expressão concreta se encontra nos quilombos, cimarrones, cumbes, palenques, marronages, maroom societies, espraiadas pelas mais diferentes paragens de todo o continente. (…) Reconhecê-la é, em última instância, reconhecer um gigantesco trabalho de dinâmica cultural que não nos leva para o lado do Atlântico, mas que nos traz de lá e nos transforma no que somos hoje: amefricanos” (A categoria político-cultural da amefricanidade, 1988).
Este conceito se insere na perspectiva pós-colonial, e surge no contexto traçado tanto pela diáspora negra quanto pelo extermínio da população indígena das Américas e recupera as histórias de resistência e luta dos povos colonizados contra as violências geradas pela colonialidade do poder.
A partir das resistências, como mecanismos estratégicos de visibilidade da história desses grupos, tem por objetivo pensar 'desde dentro' as culturas indígenas e africanas e, assim, afastar-se cada vez mais de interpretações centradas na visão de mundo do pensamento moderno europeu. Na verdade, a proposta de Lélia Gonzalez é epistemológica, pois, do ponto de vista da amefricanidade, propõe a abordagem interligada do "racismo, colonialismo, imperialismo e seus efeitos”.
É identificado no pensamento de Lélia, aproximação com a "colonialidade do poder" de Aníbal Quijano, e a "colonialidade de gênero" de María Lugones, revelando a atualidade de suas ideias. Estruturada em abordagem mais holística, Lélia Gonzalez pensa as mulheres negras da diáspora e aponta para algumas questões que se pode tomar como formadoras de um feminismo negro, aqui retomadas, visando contribuir para o debate, inclusive, do feminismo latino-americano.
Cabe destacar que segundo Lélia Gonzalez, a presença da "latinidade" no Novo Mundo foi inexistente: a preponderância se deu com elementos ameríndios e africanos e, por isto, defendia uma Améfrica Ladina. Para a autora, todos os brasileiros são ladinoamefricanos, e não somente os negros; a negação da presença afro-ameríndia seria decorrente do racismo.
A amefricanidade se refere à experiência comum de mulheres e homens negros na diáspora e à experiência de mulheres e homens indígenas contra a dominação colonial. Por isso, afirma Lélia Gonzalez, "floresceu e se estruturou no decorrer dos séculos que marcaram a nossa presença no continente".
#SELIGA: O conceito de “amefricanidade” foi cobrado na última prova objetiva da Defensoria Pública de São Paulo, em que o candidato teria que saber a construção dos direitos humanos a partir desse conceito, o qual tem por base à crítica ao discurso hegemônico dos direitos humanos, baseado na afirmação da universalidade do sujeito de direito forjada pela exclusão material subjetiva e epistêmica dos povos subalternizados.
Pessoal, o tema abordado nesta postagem é muito importante, pois envolve os direitos humanos e resistência amefricanas e ameríndias.
Não preciso nem dizer que esse tema tem tudo para ser cobrado na próxima prova da DPEMG ou DPERJ!
Espero que está explicação seja de grande valia para os seus estudos!
O texto foi elaborado na leitura das obras de Caio Paiva e Cláudia Pons Cardoso.
Abraço e bom estudo!
Rafael Bravo 16/04/23
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