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DEPOIMENTO DE APROVADO AINDA NA FACULDADE - SALIM SAYAR (PGM/DOURADOS).

Olá, pessoal. Espero que estejam todos bem! 

Meu nome é Sami Salim Sayar, tenho 22 anos, estou no oitavo período da faculdade (UFGD), moro em Dourados-MS e, recentemente, fui aprovado no concurso da PGM Dourados-MS (segunda maior cidade do meu Estado). 

A convite do Edu, vou contar um pouco mais sobre minha trajetória até a aprovação, ainda na faculdade. 

Antes de qualquer coisa, agradeço a todos que, de certa forma, foram especiais nessa trajetória, em especial, minha família, amigos e colegas de trabalho. Sem eles, nada disso seria possível. Aliás, uma dica de ouro: mantenham contato com pessoas que realmente se importam com você e queiram seu bem. 

No começo da faculdade, eu era aquele aluno ideal: estudava pelos materiais dos professores, tirava as melhores notas, ia em todas as aulas, anotava o que o professor passava no quadro… Ou seja, direcionava aquela vontade que eu tinha de aprender para as aulas e provas da faculdade. 

No entanto, como no primeiro semestre só tinha direito civil, ficava ocioso e, então, comecei a fazer francês para ocupar esse tempo. Fiquei 1 ano nessa rotina até vir a pandemia (nesse meio tempo, vi uma palestra do Eduardo Gonçalves no simpósio jurídico da UFGD e comecei a seguí-lo no Instagram). 

Como ainda não tinha a mentalidade voltada aos estudos para concurso, no começo da pandemia, avancei bem em direito civil e consegui ficar fluente em francês. 

Depois de 8 meses do início da pandemia, veio a linha divisória da minha vida! Eu vi um minicurso que o Edu estava oferecendo no Instagram, voltado para o pessoal que estava na faculdade e que já queria estudar para concursos. Então, adquiri o curso e comecei a estudar de forma mais séria. 

Nesse momento, eu tentava conciliar os estudos para concurso com a faculdade e, junto com tudo isso, francês e alemão (sim, eu gostava de estudar línguas). Contudo, a grade da minha faculdade não estava regular e, com isso, não conseguia manter uma continuidade nas matérias que eu precisava estudar. Mantive essa pegada de estudos (inclusive das línguas) até fevereiro de 2021. 

Em março de 2021, com o acompanhamento de um amigo, Felipe, reajustei as dicas que aprendi com o Edu e montei algo mais concreto focado para concursos de procuradorias, incluindo as matérias do “núcleo duro”, a fim de formar uma base sólida, com doutrinas voltadas para concursos. E, com isso, tive que cessar os estudos de línguas. 

A partir desse momento, comecei a me dedicar com afinco, estudando por doutrinas, questões, jurisprudência e lei seca. Com 6 meses de estudos, fiz meu primeiro concurso. Fiz a PGM Canoas-RS, acertei 50% da prova e reprovei. Depois, com uns 8 meses de estudos, fiz PGM Bertioga-SP, fiquei 10 pontos do corte e, logo em seguida, fiz PGE MS e fiquei 14 pontos do corte. 

Essas reprovações me motivaram, pois vi que não era impossível e que, com o tempo, eu iria conseguir! 

Segui os estudos e voltei para a formação da base. 

Durante esse período, saiu um concurso que eu queria muito passar (advogado da Câmara de Dourados). Mudei meu cronograma e foquei 100% nesse edital (2 meses estudando específico para a prova). Infelizmente, esqueci de pagar a inscrição e não fiz a prova. 

Nesse mesmo dia, saiu o resultado de um concurso que eu fiz para advogado do CRMV-MS. Nesse concurso, não fui para a segunda fase porque passei 2 erradas para o gabarito e fiquei 2 pontos do corte! 

Após essas notícias, simplesmente parei tudo o que estava fazendo, faltei na faculdade, fiquei 30 minutos no chuveiro, pensando na vida.. Fiquei 2 dias sem estudar, remoendo esses acontecimentos. Na outra semana, voltei com força total e decidi que nunca mais iria mudar meu cronograma de formação de base para focar em pós edital. 

Adivinha? 2 semanas depois sai o concurso para PGM Dourados (EU QUERIA MUITO ESSE CONCURSO). 

Não mudei nadinha da minha estratégia e segui o plano de formação da base. Fiz a prova objetiva de Dourados. Saí da prova confiante. Saiu o gabarito e tinha acertado 81.9/100. Coloquei a nota no “olho na vaga” e, de acordo com o estimativa, estava na subjetiva. 

Comecei imediatamente meus estudos para a subjetiva, incluindo o blog do Edu no estudo regular (estudei os temas básicos, peguei os conceitos de vários institutos e li as jurisprudências mais relevantes). 

No dia que saiu o resultado para a subjetiva, eu estava em viagem (aniversário da minha mãe). Saiu o resultado, parei o carro no acostamento da rodovia, vibrei com a notícia e segui viagem. Foram 400km pensando como seria a subjetiva e muito feliz, pois era a primeira vez que tinha ultrapassado aquela barreira que parecia intransponível. 

Fiz a prova subjetiva e saí aliviado. Aliviado porque consegui fazer a peça e as 2 questões, no limite do tempo disponível. Na prova, eu enrolei muito em uma questão e, com isso, faltou tempo para as demais. Contudo, lembrei de todos aqueles anos de estudos e de tudo o que tinha passado para estar ali naquele dia. Eu tirei forças de onde não tinha para acabar aquela prova. Faltava 1 hora para acabar a prova subjetiva e faltavam 60 linhas da peça (do zero, não tinha feito rascunho) para fazer e uma questão inteira de 15 linhas. Simplesmente, escrevi 1 linha a cada 30 segundos até o final da prova (em 1 hora). 

Foi insano, terminei a prova no limite, ignorei a vontade de ir ao banheiro, fome, cede, desespero, vontade de chorar.. e só escrevi. Foi tão engraçado que na última questão eu escrevi a resposta e só depois pensei se era aquilo mesmo. 

Saiu o resultado da prova subjetiva e passei com 49/50. Estava na oral, e agora? Primeira prova subjetiva, primeira prova oral. A insegurança era absurda nesse momento. Nesse período, assisti alguns vídeos do Duque de como estudar para a prova oral e li algumas dicas no blog também. 

No mais, combinei com um amigo, Daniel, de simular situação de prova 3 vezes na semana. Ele me arguia, com o apoio de um material com perguntas voltadas para a prova oral. Nos outros momentos, eu revisava alguns temas relevantes e também simulava a prova mandando áudio para um amigo, Anderson, que também estava na oral da PGM Dourados. 

Na semana da prova, tive que comprar um terno para fazer a prova oral. Experimentei alguns, tirei algumas fotos e decidi o traje que usaria no grande dia. Quando sai da loja, desabei. Meus olhos encheram de lágrimas e só veio aquele sentimento de gratidão. Caiu a ficha naquela hora que estava em uma prova oral, com 22 anos, no oitavo período da faculdade. Isso era um privilégio. 

Minutos antes da prova oral, eu estava muito ansioso e nervoso. Não conseguia nem almoçar, com vontade de vomitar, por causa da ansiedade. Nesse instante, minha namorada começou a conversar comigo e me deixar mais calmo. Essa conversa fez a total diferença. Isso me deu muita confiança para chegar lá e arrebentar!

Cheguei na prova. Tive que esperar 02h:30min em uma sala, sem conversar com ninguém, sem ler algum livro/caderno, na espera de ser chamado a qualquer momento para a arguição. Esse momento foi tenso! Fiz a prova oral, não travei em nenhum momento, consegui responder a maioria das perguntas e falei alguns institutos bem específicos durante a arguição. Saí da prova com uma certa confiança e com o sentimento de dever feito. 

Eu tinha dado o meu melhor, se a aprovação não viesse, paciência! 

Quando saiu o resultado da prova oral, novamente eu estava em viagem. Estava em Recife na casa de um amigo. Abri o celular e vi que tinha passado!!!! Fui com 7.56 (o mínimo era 5 para ser aprovado). 

QUE ALÍVIO! 

Imediatamente, liguei para pessoas próximas e avisei que tinha conseguido! Segundos depois, passou um filme na minha cabeça. O filme tinha todos aqueles momentos que eu chorei no meu quarto, calado, sem ter esperança, desacreditado. Todas aquelas noites mal dormidas, toda insegurança, todo desânimo. E, em um instante muito breve, pulava para a parte que eu olhava o resultado na tela do celular e comemorava. 

É indescritível essa sensação! 

O diferencial na minha preparação foi a vontade. Vontade de aprender. Vontade e ansiedade de entender aqueles conteúdos e avançar nas matérias. Vontade de ter resultados. Eu dormia sonhando e sonhava acordado. Literalmente, acordava no meio da noite com minha voz recitando algum conteúdo de direito administrativo. Algumas vezes, lembrava do conteúdo no meio do sono, levantava da cama de madrugada para folhear o livro e conferir se era aquilo mesmo que tinha lembrado. 

Desde o começo da faculdade eu tinha essa vontade, mas a diferença é que antes eu não tinha estratégia e direcionava toda essa energia para estudar de forma errada. 

Durante a pandemia foi relativamente fácil conciliar com a faculdade, pois o EAD permite uma maior flexibilidade. Quando voltaram as aulas presenciais, faltei o máximo possível (até o limite de faltas), justamente para estudar e manter o ritmo que eu estava. Na pior das hipóteses, sempre levava algum material de revisão (livros grifados) para a aula e ficava revisando. 

Para as provas da faculdade, sempre revisava o conteúdo que foi passado 1 semana antes da prova e horas antes. 

Por fim, vou apontar brevemente algumas lições que aprendi durante essa jornada:

a) foque em formar uma boa base, considerando o “núcleo duro” da carreira (não negligencie as outras matérias “periféricas” que também estão no edital do concurso que você almeja); 

b) a organização é extremamente importante. Fixe metas diárias. Planeje o que fará em 15 dias, ou no mês, e o que estudará, os dias de cada matéria, etc… Tente manter o dia x para aquela matéria y. Por exemplo, toda segunda feira da semana A e C estudarei direito administrativo. Toda segunda feira da semana B e D estudarei direito constitucional (considerando um cronograma de 30 dias, no exemplo), e assim em diante.. Se sua faculdade tiver um calendário regular, tente conciliar os estudos para concurso com o dia das suas aulas; 

c) escolha os materiais voltados para concursos considerando sua personalidade nos estudos (uma doutrina mais objetiva ou uma doutrina mais completa ou vídeo aulas; ou pdfs, etc) 

d) não altere completamente seu estudo regular para estudo pós edital, se ainda não tiver uma base formada ou quase formada, ainda que seja algum concurso que você realmente queria. 

e) foque em uma carreira, pelo menos até formar uma base sólida e estar mais avançado. Faça várias provas, mas estudem só para uma. 

Leve contigo esse mantra: Com calma, com alma e sempre! O segredo é a constância! A vida não para lá fora. 


SIMBORA!


SALIM SAYAR

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