Dicas diárias de aprovados.

DEPOIMENTO DE APROVADO PARA PROCURADOR DA REPÚBLICA - ADRIANO LANNA

Olá meus amigos, bom dia de domingo a todos. 

Hoje vou compartilhar com vocês um depoimento bem legal do Adriano Lanna, aprovado no último concurso para o MPF. 

Adriano conta como foi sua jornada de estudos até a aprovação.

Parabéns Adriano, muito sucesso no MPF. 

Em poucos dias seremos colegas de carreira. Espero que seja muito feliz. 

Vamos ao depoimento: 
É impossível descrever a felicidade que senti ao receber o resultado de minha aprovação no concurso para ingresso no Ministério Público Federal, principalmente quando se leva em consideração que este 29º CPR foi atípico. O alívio que senti e a sensação não só de ter passado, como também de poder dar continuidade aos meus planos de vida são surreais. Fiquei espantado com tantas congratulações e com os parabéns de pessoas com quem não conversava há tempos, mas que sabiam de minha batalha para entrar no MPF e que tinham toda a empatia do mundo com esta empreitada. Tudo parecia certo e eu via que colhia o resultado de meu esforço, de todos os meus dias de estudo e de cada um de meus sacrifícios.

Essa é a parte boa, a parte em que seu sonho se torna realidade e em que todos percebem que tudo por que você passou valeu a pena. Antes disso, o que existe é um extenuante e inacabável esforço, sem qualquer tipo de garantia ou de certeza. Estudar para um concurso público é como andar em uma corda bamba, sabendo que se você cair, você terá que começar de novo.

Eu formei no meio de 2012 e comecei meu primeiro cursinho no segundo semestre desse ano. Na época, eu queria ser Promotor de Justiça em Minas Gerais, pois sempre me identifiquei com a instituição e tive uma ótima experiência como estagiário do MP-MG no 2º Tribunal de Júri. Após 1 ano fazendo cursinho presencial no Supremo e tendo iniciado as aulas de Informativos e resolução de questões, comecei a me sentir preparado para tentar minhas primeiras provas. O primeiro concurso que prestei foi justamente no MP-MG e fiquei por 6 pontos na primeira etapa, o que, na época, não achei um mal resultado.

Analisei este meu resultado, vi as matérias em que tinha ido mal e resolvi me dedicar a elas: sempre gostei de estudar por doutrina e para mim não foi o menor problema ler alguns calhamaços doutrinários, desde livros mais concurseiros, quanto livros mais profundos. E aqui eu comecei a perceber uma coisa: várias das matérias estaduais não me agradavam. Tinha matéria que eu detestava estudar, detestava mesmo, e sempre que eu conversava com um amigo estudando para o MPF, achava tudo o que ele falava muito interessante. De qualquer maneira, não pensei mais nisso e continuei pensando no MP-MG. Como queria poder voltar para o Estado, acabei não fazendo nenhuma outra prova de MP, sempre esperando um novo edital abrir. E quem estuda para concurso sabe como essa espera é angustiante.

Como o edital do MP-MG não abria, resolvi tentar aprender alguma coisa de internacional: comprei o livro do Portela, li ele de cabo a rabo e a ideia de tentar uma prova do MPF começou a ganhar força. Então vieram os anos de 2014 e 2015, em que muita coisa mudou: teve prova do MPF e da DP-MG, na qual eu me inscrevi por pressão social. Com o pouco conhecimento de humanos, internacional, eleitoral e dos crimes em espécie da área federal que eu tinha, fiquei por 1 ponto no G1 e no G4 do MPF; e passei para minha primeira segunda fase, na DP-MG.

Um pouco surpreendido, comecei a estudar de maneira totalmente desorganizada para a segunda fase da DP-MG. Na segunda fase, fui muito melhor o do que imaginava e consegui passar para a fase oral. Mas meu pedido foi indeferido, pois eu só completaria, no entendimento do órgão, minha prática jurídica 2 meses após a inscrição definitiva. Com liminar em mãos, fiz a prova oral e fui aprovado, mas a liminar caiu e a questão está judicializada até hoje. Embora isso tenha sido, por si, uma derrota, esse resultado foi a primeira vez em que percebi que estava no caminho certo.

Após isso, lá pro final de 2015, decidi que queria mesmo o MPF e comecei a estudar todas essas coisas que eu não sabia: os nomes Daniel Sarmento, André de Carvalho Ramos, Edilson Vitorelli e Douglas Fischer não saiam da minha mesa de estudos. Comecei a ler tudo o que eu encontrava dos examinadores, desde o CPP comentado do Fischer/Pacelli até o livro de Cooperação jurídica internacional da Denise Abade. Cada artigo que eu encontrava, eu lia e relia. O livro do Caio e do Tim de jurisprudência internacional de Direitos Humanos foram essenciais nos estudos. E eu fiz cada um dos cursos para o MPF que o CEI ofereceu. No meio do caminho, descobri o blog do Eduardo Gonçalves e comecei a acompanhar diariamente as postagens do Vladimir Aras.

Como queria o MPF mesmo, não fiz mais nenhuma prova. Quando o edital abriu em 2016, eu me sentia preparado para o concurso. A prova foi aplicada em 2017 e logo antes de ser divulgado seu resultado, veio um banho de água fria: a suspensão do concurso. Isso foi um desespero para quase todo mundo: não sabíamos se estudávamos para uma nova primeira etapa ou se nos preparávamos para a fase discursiva. Nesse quase um ano e meio em que o concurso ficou parado, resolvi fazer algumas provas de TRF e até mesmo do MP-MG e, após ficar em várias provas por 1, 2 ou 3 pontos, descobri que meu ponto fraco sempre tinha sido as questões objetivas, já que eu não era muito afeito de ler lei seca nem se resolver questões. Era um erro que eu teria que consertar.

Quando o resultado da prova objetiva do MPF foi divulgado e eu vi que tinha sido aprovado, mandei mensagem para o Eduardo Gonçalves perguntando se haveria cursinho para a segunda etapa. Não queria me preparar de maneira tão desorganizada quanto minha preparação para a DP-MG tinha sido e o curso do Edu foi essencial para eu saber o que esperar da prova. A Hayssa foi a responsável direta por corrigir minhas questões e por me lapidar e, ouvindo todas suas dicas, tive uma grande melhora em meu desempenho. No dia da prova do G1, foi só felicidade: pelo menos 2 ou 3 questões tinham sido tratadas expressamente no Curso do Edu, inclusive uma questão sobre Reforma Agrária, algo que eu nunca teria esperado nessa prova. O resultado veio rápido e eu estava dentre os menos de 50 aprovados para a prova oral. E quando a Hayssa me falou que eu tinha sido aprovado, não foi possível conter o choro.

E fica aqui um pequeno adendo: uma semana após a prova discursiva do MPF, eu fiz a prova objetiva para o TJ-MG e fui reprovado por 4 pontos na objetiva. Isso só me mostrou que concurso público é saber onde você quer chegar e que uma derrota não deve ser encarada como falta de estudo, de conhecimento ou de capacidade.

Continuando. Quem viveu o 29º CPR sabe o sofrimento que foi o preparo para essa prova oral. Tivemos várias trocas de examinadores, o prazo para a oral era exíguo, nosso Graal não ficava pronto e, após pronto, parecia não querer ser lido até o final. Depois de muito estresse e muito desespero, fiz a prova oral. No MPF, essa prova é um verdadeiro bate-papo, em que os examinadores realmente querem ouvir o candidato e saber como eles pensam. Não há qualquer batalha de ego ou pegadinha, o objetivo é realmente tirar o melhor do candidato. Com menos de uma semana, tivemos acesso a nossas notas e já sabíamos que estávamos aprovados, o que foi tornado oficial no dia 05/12/2018, com a publicação no DOU.

O texto ficou grande, mas essa história tinha que ser contada desse jeito para que eu pudesse dizer as seguintes palavras: concurso público é perseverança. É saber que você vai se questionar todos os dias. É saber que você vai ter que fazer muitos sacrifícios, ainda que isso não signifique deixar de viver. É ouvir de você mesmo "desiste, você nunca vai passar, os anos estão passando, talvez seja melhor fazer outra coisa" e lutar contra isso. É saber olhar para si mesmo, reconhecer suas próprias fraquezas e saber se remontar. É perceber que todo mundo tem dificuldades e que você não é o único nesse barco, ou seja, é sofrer com os outros e perceber que está tudo bem. E é, antes de tudo, acreditar em si e ter paciência para saber que seu tempo vai chegar. A quem sonha com um cargo, eu digo: não desistam, sigam firmes e não se deixem abater pelas intempéries da vida.

Adriano Lanna

Eduardo, em 16/12/2018
No instagram @eduardorgoncalves 

5 comentários:

  1. Putz hoje é domingo exatamente as 13:51 estou chorando com seu depoimento, senti que foi escrito para mim....

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  2. Poxa vida!!! Esse último parágrafo traduz o que estou sentindo agora. Obrigado por compartilhar a sua história Adriano. Seremos colegas, provavelmente não no MPF, mas ainda faremos audiência juntos. Pretendo a Magistratura Federal e tenho certeza que vai dar certo. Abraço para o Edu, meu amigo xará.

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  3. Excelente depoimento. Obrigado por compartilhar, e demonstrar humildade entre essas linhas. Abraços, sucesso nessa nova etapa!

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  4. Puxa, muito obrigado por compartilhar o depoimento, tenha certeza que da forma como escreveu, foi a melhor!

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  5. Parabéns!! É um absurdo querer cobrar prática antes da homologação. Se fosse um documento pra entregar, seria só na posse. Fazem de tudo pra barrar o povo mesmo!

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