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 Olá meus amigos,  A QUINTA edição do nosso clássico desafio CF em 20 dias já tem data para começar.  Ele está marcado para ter início no di...

DEPOIMENTOS MPF 28: IGOR SPINDOLA E DANIELA FARIA (e uma sugestão de bibliografia)

Oie gente!
Aqui é a nath, sei que estou em débito com a SUPERQUARTA, mas essa semana, na quarta, regularizarei essa situação!

Hoje o dia é para depoimentos!
Eu sempre gostei de ler, sempre me motivava ver a história dos outros!

Hoje temos dois depoimentos de duas pessoas que eu amo de paixão, foram meus alunos e em breve vão ser colegas! igor e Dani!!! aprovados no MPF 28 e Dani, tambem recem aprovada para a oral do TRF1!


 IGOR SPINDOLA


Bem, pra iniciar esse depoimento eu só queria advertir que ele pode ser motivacional para um punhado de gente e desmotivacional para um outro punhado, então só pediria que colham o que for bom para a sua própria experiência pessoal nos estudos.
Vou começar me apresentando, meu nome é Igor Spindola, atualmente sou Analista do MPF, tenho 24 anos e fui aprovado no 28º Concurso para Procurador da República do Ministério Público Federal. Ainda não tenho os 3 anos de atividade jurídica, então vou ter que esperar mais ou menos um ano pra tomar posse, assim como aconteceu com Edu.
Eu tive uma breve trajetória no mundo dos concursos (porque já parei, amém! Haha). Eu iniciei a faculdade de direito em 2009, aos 17 anos, na Universidade Federal do Pará em Marabá, cidade de onde sou e onde moro até hoje. Logo no primeiro semestre eu quis desistir, porque odiei as matérias iniciais que, na época, eu achava extremamente chatas e inúteis (hoje consigo enxergar o quanto são importantes e as amo). Voltei para o cursinho por dois meses até me convencerem (meus pais) a voltar pra faculdade e assim o fiz, mas fiz com um objetivo determinado: lutar por uma carreira pública.
Eu havia estagiado num escritório de advocacia e, com todo o respeito, foi uma das piores e melhores experiências da minha vida. Melhores porque entre choros no banheiro e pés doloridos de tanto percorrer os mais diversos fóruns (JT, JF, JE, e uma série de órgãos públicos), eu cresci e amadureci muito, e piores por conta dos mesmos choros e um quase trauma da carreira jurídica haha.
Pois bem, voltei determinado e logo apareceu o primeiro concurso da minha vida: Técnico do TRT da 8ª Região. Estudei feito um louco, sem qualquer experiência em estudar pra concurso e o resultado não poderia ser outro: um desastre. Fui aprovado em uma colocação muito distante, sem qualquer expectativa de nomeação. Isso me abalou muito, apesar de ser meu primeiro concurso, porque até então, na vida, eu não tinha reprovado em nada, nem na escola nem nos vestibulares, pelo contrário, era o melhor aluno desde sempre na escola e tive excelentes resultados nos vestibulares, sendo que fui aprovado em 1º lugar em dois: Direito na UFPA e Engenharia Ambiental na UEPA.
Então a primeira observação importante sobre isso, na minha visão, é essa: eu vejo muita gente que é acostumada a se destacar na escola, faculdade etc ficar muito frustrada porque não consegue passar em concurso, porque além de exigir muito de si, como era o meu caso, tem uma porção de pessoas se enchendo de expectativas ao redor: pais, amigos, professores. Acreditem, não existe pressão pior do que: “Eu não tenho dúvidas que você vai passar” ou “Se você não passar ninguém passa” ou “A vaga é sua com certeza”.
Isso me afetava de tal maneira, que quando eu reprovei no TRT 8 eu sentia vergonha de olhar na cara dos meus pais (nível master de loucura haha).
Depois do baque, e acostumado com a ideia de que eu teria muito chão pela frente e imbuído por um espírito de humildade diante da vida que eu não conseguia ter até então (isso é vital), decidi continuar estudando pra técnico judiciário e fui aprovado no próximo concurso que fiz, TRF da 1ª Região, em 1º lugar.
Vejam, duas coisas são essenciais ao meu ver para ter sucesso nessa fase difícil da vida: ter consciência que nenhuma prova é impossível, pelo contrário, todas são perfeitamente possíveis, e ter noção, ao mesmo tempo, que você pode ter que enfrentar (e provavelmente vai) algumas reprovações sem que isso signifique que você é incapaz para aquilo. No fim tudo se resume ter a confiança em você, na vida, no cosmo mas também ter humildade diante de si, da vida e do cosmo, afinal, não é só o seu sonho, e existe uma porção de gente em piores condições (materiais, espiriturais, de saúde) que a sua, lutando pelo mesmo objetivo.
Depois de nomeado pra Técnico do TRF 1, na Subseção de Marabá, eu decidi que queria ser Juiz Federal e comecei a montar um planejamento, sendo que o primeiro empecilho era a comprovação de atividade jurídica. Como não queria advogar de modo algum, resolvi focar em ser aprovado para algum cargo privativo de bacharel que não exigisse atividade jurídica, sendo que faria as provas só no último ano de faculdade, para não correr o risco de ser aprovado e não poder tomar posse (quase aconteceu).
Comecei a ler alguns bons livros de doutrina para o concurso de Juiz Federal, até o final de 2012, quando comecei um cursinho na LFG voltado para carreira de Analista de Tribunais , e foquei todas as minhas energias nisso, afinal eu tinha até dezembro de 2013 (formatura) para conseguir o que almejava e, se fosse o caso, aguardar nomeação no meu cargo de técnico que já me dava muita segurança financeira na época.
No início de 2013 saiu edital para Analista do MPU, e eu turbinei os estudos, sempre buscando a estratégia que melhor se adequasse as peculiaridades do concurso e principalmente a banca examinadora, que era a CESPE. Acessava fóruns de discussão, fazia muitos exercícios, lia muitas dicas e macetes e estudava sempre de maneira muito horizontal o edital, de modo a, se não conseguisse fechá-lo, conseguisse ver uma parcela significativa de cada uma das matérias, além, óbvio (era CESPE né?) muito leitura de jurisprudência.
Com a estratégia perfeita (hoje consigo ver que sim) fui aprovado, em Junho de 2013, em primeiro lugar para Analista do MPU para o Estado do Pará, o que me deixou muito feliz e preocupado, porque estava finalizando ainda o 9º semestre da faculdade (minha meta era ser aprovado bem atrás na lista para dar tempo de colar grau).
Graças a Deus e ao Cosmo que conspirou muito ao meu favor, consegui ser dispensado de cursar o 10º semestre e colar grau em 22 de Agosto de 2013, sendo nomeado no dia 25 (!!!).
Ultrapassada mais uma etapa do meu plano de vida, eu precisava recomeçar a estudar pra Juiz Federal, até ser persuadido a estudar pra Procurador da República, por uma chefe maravilhosa que eu tive, Mara Elisa de Oliveira, e acabar me apaixonando pela carreira.
Iniciei imediatamente meus estudos, que na verdade eram uma continuidade de tudo o que eu já havia estudado ao longo da faculdade.
Mara me explicou como funcionava o concurso, me explicou sobre a banca examinadora, como eram as provas de cada fase, quais doutrinadores mais adequado e ainda em 2013 e eu voltei a estudar, sendo que em março de 2014 o 27º Concurso de PR estava finalizando (prova oral).
Decidido e focado, fui a Brasília assistir a prova oral e entender melhor como funcionava o concurso, além de tentar perceber por mim qual era o nível dos candidatos deste concurso que eu só ouvia falar ser o mais difícil do país (é pauleira, de fato!).
Lá conheci o Eduardo, todo sorridente, matando de amor todos os examinadores com sua simpatia nata hahahaha e, como eu, ele era bem jovem (tinha 23 anos eu acho, eu tinha 22) e já tinha era AGU, além de estar fazendo prova oral de um concurso dificílimo, o que me animou demais e acabei me espelhando e retornando a Marabá com esse sentimento de motivação imenso e com muita garra pra estudar.
Nesse mesmo período eu conheci a Nathália Mariel, que estava grávida de 9 meses fazendo prova oral do MPF (teve filho no outro dia) e tudo isso, além de me impressionar muito (uma criança sendo aprovada no MPF e uma moça parindo na prova hahahaha), me fez abandonar qualquer desculpa que eu tivesse pra não ser aprovado nesse concurso.
Acabei assistindo a prova da Nathalia também, que estava sendo realizada por videoconferencia (a primeira na história), e me aproximando dela.
Passei o ano de 2014 todo estudando até sair o edital do 28º Concurso, em outubro e eu fiz o óbvio: me empolguei mais e continuei estudando! Mentira, desisti!! Bateu um desânimo desgraçado e a velha sensação de que aquilo não era pra mim e de que eu tinha muito chão pela frente, então de outubro a dezembro eu não estudei nada, e coloquei esse sonho num espaço muito no futuro da minha vida.
Na noite de ano novo eu levei uma super bronca da consciência num sonho que tive e acordei no dia 1º de janeiro desesperado, me sentindo um idiota de ter abandonado o barco sem tentar e um ser humano fracassado. Retomei os estudos loucamente (a prova era em fevereiro), um rompante de esperança e desespero tomava conta de mim e uma ajudinha divina veio: a prova foi adiada em um mês.
Continuei estudando loucamente, cada hora do dia que eu tinha disponível, larguei academia, amigos e até família (that's the sad side) e fiz a prova com muita atenção, em março, saindo dela sem qualquer fio de esperança: que prova!! Você sai sem ter certeza de nada só de que você é um inútil e de que o mundo não merece a sua presença nele.
Saiu o gabarito, tirei os mínimos, fiquem chocado e não acreditei, chorei copiosamente. Comecei a pensar que a nota de corte seria altíssima e que minha nota seria um nada perdido no mar de candidatos bem mais bem colocados pra segunda fase (200 vão pra segunda fase).
Quando saiu o resultado oficial, menos de 170 candidatos tinham atingido a nota mínima, mesmo com 8 anulações, sendo que eu estava aprovado mesmo sem as anulações, o que me deixou um pouco assustado, porque eu introjetei desde sempre a ideia de que eu demoraria alguns anos pra ser aprovado no MPF como PR.
A partir de então minha vida foi uma loucura de estudos até a aprovação final. A Nath me convidou pra um grupo de pessoas aprovadas na primeira fase (Lígia, Gladston, Hayssa, Jailton, Helena, Brenno, Lincoln e Dani <3 ), e criamos laços de amizade que duram até hoje, nos ajudamos bastante, fizemos o curso de segunda fase de Nath e Edu, que fez TODA a diferença na nossa aprovação pra prova oral, e tudo deu certo.
Pentelhávamos Nath e Edu todos os dias e todas as horas dos nossos dias no whatsapp, principalmente pra entregarem nossas correções de simulação de prova escrita, e a minha evolução da primeira simulação pra última foi notável (apesar de ter tirado a pior nota no grupo IV tanto na simulação quanto na prova subjetiva do MPF haha).
Confesso que trabalhar no MPF me ajudou muito, principalmente na segunda fase, porque já tinha e tenho muita familiaridade com as petições e matérias caras da casa e muitas vezes na segunda fase mais parecia que eu estava na PRM-Marabá, minutando uma petição para um processo já conhecido.
Inclusive muita gente me pergunta se é melhor “só” estudar. Eu não acho que tenha fórmula pra isso, mas no meu caso trabalhar fez toda a diferença não só nos estudos mas também no meu psicológico, porque a segurança financeira que eu já tinha me deixava menos pressionado com uma eventual reprovação.
Além do que eu conseguia aproveitar muito melhor as horas disponíveis de estudo, porque sabia que eram mais raras do que as horas dos meus colegas que não trabalhavam.
Entre a prova subjetiva e a oral fui agraciado com a remoção da Nathália para PRM-Marabá, o que coroou minha preparação pra oral, porque pude ter o auxílio diário dela tanto nos estudos quanto afetiva e psicologicamente, afinal eu revezava bastante entre estudar e me desesperar chorando hahahahahah
Fiz a prova oral, foi absurdamente tranquilizador chegar na PGR para fazê-la, em que pese a ansiedade que eu ficava no quarto de hotel em Brasília, o que foi só a cereja do bolo de anos de intenso estudo e dedicação para um sonho que pra mim parecia muito impossível no ínício de tudo.
Foram tempos difíceis, por mais que não pareça, já que fui aprovado de primeira, afinal todos têm seus próprios demônios.
Me afastei de grandes amigos que não souberam compreender a minha reclusão, a família também não entendia muitas vezes, principalmente nos almoços de fins de semana e nas festividades de fim de ano, até se acostumarem e eu começar a me sentir péssimo de não ser mais cobrado hahahaha
Parei a vida pelo meu objetivo, não viajava, não namorava, qualquer evento que eu fosse com amigos ou família eu tinha sempre que ficar pouquinho, uma ou duas horas e voltar pra casa, triste e pensativo se valia a pena.
Entre a prova objetiva e subjetiva tive que acompanhar minha mãe num tratamento de câncer recém descoberto, e abandoná-la sozinha em Belém para voltar pra estudar pra segunda fase, o que quase me destruiu por dentro.
No entanto, depois de tudo isso, a sensação de que tudo valeu a pena é indescritível e a gratidão por todo mundo que auxiliou, como Nathália e Edu é gigantesca.
Ainda é muito surreal pra mim pensar que eu consegui ser aprovado pra Procurador da República, e que eu vou ser membro de uma das instituições mais importantes do País na garantia dos direitos fundamentais da sociedade brasileira. Eu ainda me emociono pensando nisso!
Pra terminar, queria agradecer a quem conseguiu ler até aqui haha e dizer que nada do que os depoimentos de vida que vocês leram é mera retórica, ninguém tem uma história igual mas todas tem um ponto em comum que é a força de vontade de estudar muitas horas por dia e por um período considerável de tempo além de, principalmente, a fé e coragem de iniciar os estudos sabendo que um dia pode dar certo, afinal, ainda que tenha gente que não acredite, cada faísca de pensamento nosso aciona o universo para conspirar contra ou a favor da gente, não valendo a pena desanimar ou pensar negativo, por mais que a vida nos impulsione a agir assim.
Obrigado pela atenção.


DANIELA FARIA

Olá, meu nome é Daniela Lopes de Faria, sou advogada e professora e Coordenadora do Curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia - FCR e, felizmente, aprovada no 28º concurso do Ministério Público Federal, juntamente com meus queridos amigos Hayssa Medeiros, Igor Spíndola, Gladston Viana e Lígia Cireno.
Bom, vou falar um pouco primeiro de mim: sou natural de Londrina, mas moro em Porto Velho desde um mês de vida, então me considero Rondoniense. Temos um ditado aqui: "quem bebe a água do madeira não quer ir embora". Pois então, prestei vestibular para o Curso de Direito na PUC/PR em Curitiba e fui morar lá com os meus irmãos e meu namorado (atual marido).
Nunca estudei pra concurso durante a Faculdade, concordo muito com o Edilson Vitorelli quanto a isso. É importante fazer uma boa faculdade e construir uma base sólida. Sei que muitos pensam o contrário, inclusive o Eduardo Gonçalves aqui é um grande exemplo de pessoa que estudou pra concurso desde o início do curso, mas essa é uma opinião pessoal.
Não sou detentora da verdade.
Sempre estudei muito durante a Faculdade, era nerd mesmo (rs!), aquele tipo de garota que toda a sala pegava o caderno pra estudar. Meu marido brinca que eu anotava até o espirro do professor. Na minha colação fui agraciada, para minha surpresa e da minha família, pois a PUC/PR não avisa com antecedência, com o Prêmio Marcelino Champagnat de mérito acadêmico, por ter obtido a melhor média geral ao longo do curso. A premiação incluia também uma bolsa integral para o Mestrado em Direito na PUC/PR.
Então, em 2010 fiz a seleção do Mestrado na PUC/PR e fui aprovada e cursei de 2011/2013. Já na parte final do Mestrado voltei a Porto Velho para escrever aqui a dissertação e fui contratada como Professora e Coordenadora do Curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia.
Estou falando tudo isso, pra dizer que durante esse período, por óbvio, concurso era a última coisa na minha cabeça, só queria acabar de escrever logo a bendita dissertação (quem já passou por isso sabe o sofrimento que é o final - rs!).
Assim, só a partir de março de 2013 que comecei a pensar em estudar para concursos, mas de fato só em 2014 iniciei o projeto MPF. Uma das minhas promessas de ano novo de 2013/2014 foi excluir o facebook, o qual só retornei agora após a aprovação. Me inscrevi no Alcance extensivo 2014 e daí comecei a ver aulas e estudar informativos pelo Dizer o Direito (esse website do Márcio Cavalcante foi uma das minhas salvações), e também a acompanhar os blogs do Edilson Vitorelli e do Eduardo Gonçalves. Comecei a responder as famosas superquartas, e até venci o prêmio de superquartas do MPF no final de 2014, ganhando uma aula de estratégias com a Nathália Mariel, minha musa master inspiradora. A superquarta é uma iniciativa super legal do blog e 0800 que vale muito a pena.
Ao longo de toda minha época de estudos conciliei os estudos com as aulas e a coordenação na FCR, a não ser na segunda fase e na prova oral, na qual pedi licença ao meu Chefe querido, que me incentivou e me apoiou muito. Não posso deixar de registrar que durante todo esse tempo meu marido me apoiou muito, sempre me incentivando e acreditando em mim, inclusive foi pra Brasília comigo na prova oral, junto com minha mãe linda, e ficou lá super ansioso me esperando :P. 
Até sair o edital do MPF meu estudo era bastante irregular. Não sou muito exemplo de organização com quadros de horários e matérias. Eu via as aulas do Alcance de manhã normalmente, porque trabalhava de tarde e noite, e lia alguns livros. Nunca fui de estudar por resumos, então meu estudo consistia basicamente de ver as aulas, ler informativos, e ler livros.
Não me falem de ler lei seca - nunca tive esse costume. Acho que as únicas que li foi a de licitações e do CADE. Confesso que não tinha muita disciplina para resolver questões, até que surgiu o Curso CEI. Perdi o extensivo pro MPF, mas em compensação entrei pro Curso da AGU, que me supriu essa falha nos estudos, resolvia as questões objetivas, lia a ata e já treinava para as discursivas também. O curso do CEI AGU me ajudou bastante.
Depois que saiu o edital do MPF comecei a fazer também o CEI MPF - 1a fase e o Curso de Jurisprudência de Direitos Humanos do Thimm Heemann e do Caio Paiva que foi sensacional. Agora eles lançaram o livro, que eu comprei também para a prova oral. 
Em 2015 um pouco antes da DPU foi meu encontro com a Nathy e uma das dicas dela foi a maldita Convenção de Haia sobre sequestro de crianças. Fiz a prova da DPU, e não passei na primeira fase e, mesmo se tivesse passado, na discursiva não tinha a convenção no vademecum de Internacional da RT. Não perdôo o Valerio Mazuolli e a RT por isso (rs!), quer dizer, agora que estou aprovada no MPF posso perdoar (rs!).
Chegou a primeira fase e por um milagre de Deus, no dia anterior revisei Penal pelas aulas de Alcance, e quando peguei a prova me deu um "plimm": vou fazer primeiro o G4 porque tá fresco na cabeça penal, e assim fiz. Depois voltei e fiz G1, G2 e G3 na ordem. Foi o que me salvou, porque a prova do G4 estava bem extensa e muita gente rodou porque chegou no G4 cansado e com pouco tempo.
No dia seguinte da prova escrita era minha prova de seleção do Doutorado Interinstitucional entre a UNIVALI e FCR, na qual tive a grata felicidade de ser aprovada. Assim antes do resultado da primeira fase já estava inscrita no Doutorado e com mil fichamentos para fazer.
Quando saiu o resultado da primeira fase mal acreditei e corri pro coach de segunda fase da Nathy e foi o que me salvou também. Os simulados dela estavam fantásticos e bem reais com o que enfrentaríamos. Fiz o CEI - 2a fase também, mas o da Nathy senti que fui muito mais proveitoso e a correção bem mais individualizada, fora que nesse grupo do Coach que fiz amigos que levo para a vida como Nathy, Hayssa, Igor, Gladston, Lígia, Brenno, Helena, Jailton.
Nesse meio tempo tinha outro módulo do Doutorado. Fiquei muito em dúvida, e alguns me aconselharam a deixar o Doutorado de lado, trancar ou faltar o módulo para estudar pra segunda fase, que era uma chance única e que não podia desperdiçar, mas não tive coragem.
Já tinha adiantado boa parte dos trabalhos antes do resultado então resolvi fazer o módulo, que era a semana inteira de aula manhã e tarde.
Quando saiu o resultado da segunda fase eu chorei desesperadamente, e corremos a atualizar o famoso Graal antes mesmo do resultado ter saído, então estávamos com ele praticamente pronto na hora. Na nossa doce ilusão a ideia era ler o graal três vezes antes da prova, o que provou ser impossível. Li o Graal incansavelmente, fiz simulações no skype com os amigos, fiz também o curso por Skype com o Marcelo Lage que foi show demais, pois me deu muita segurança, e fui fazer o simulado da prova oral do ÊNFASE em Brasília com a Nathy, Thiago Bueno e Herbert Mesquita.
O simulado foi muito bom pra ter uma ideia de como seria a prova e a gravação foi muito legal pra você ver seus trejeitos na hora da prova, como a gesticulação, caretas, etc. O pessoal do ÊNFASE foi super legal e foi aí que finalmente conheci pessoalmente o Igor e a Hayssa, meus amores, além de outros colegas, como o Erich, Lucas, Alexandre, Thais, Humberto.
E enfim, chegou o dia da prova oral. Posso dizer que realmente a Nathy tinha razão, não é aquele bicho-papão que a gente imagina. O clima é muito tranquilo, os examinadores são sensacionais, é mesmo um bate-papo. O que a gente nem imagina que lembra vem à mente e tudo flui. Sai da prova leve, achando que tinha passado. No dia seguinte já começou o desespero e fiquei repassando as provas na minha cabeça e pensando que não tinha ido tão bem assim como aparentava no momento. Vocês não imaginam a neura (rs!)
E enfim veio o resultado. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, pois passei no concurso dos meus sonhos de primeira. Nem acreditava. Escolhi o MPF por vocação e sei que serei muito feliz trabalhando com o que gosto. 

Agora de forma mais detalhada coloco minha bibliografia:
Constitucional- Sarmento, que eu amoooooooooo. Tudo dele, todos os artigos que achar na vida e o livro dele, e se conseguir as aulas dele de um curso do RJ também. Abraça o Sarmento com tudoo. Já tive matérias de povos indígenas e tradicionais no Mestrado então pra mim a vibe da 6 CCR era natural, mas quem não tem familiaridade abraça o Vitorelli com o Estatuto do Índio e o Estatuto da Igualdade Racial. Leia também os artigos e principais ações da Debórah Duprat. Estude a parte de hermenêutica constitucional e giro lingüístico e hermenêutico.
Eleitoral - Estudei o Roberto Moreira de Almeida, o Edson de Resende Castro e só. Não li o José Jairo não sei porque. Para a segunda fase vi as aulas do Heliofar do ESMPU no youtube. São imprescindíveis. Ele gosta muito do tema de ações eleitorais e na prova oral fez perguntas idênticas ao que estava na aula dele. As vezes o ponto sorteado nem tinha relação direta com alguma ação mas ele perguntava mesmo assim. Gosta bastante de jurisprudência do TSE.
Direitos Humanos. - TUDO DO André de Carvalho Ramos que você encontrar pela frente. Os três principais livros: Curso de DH, Teoria Geral de DH e Processo Internacional de DH, e todos os artigos que encontrar, especialmente um de Asilo e Refúgio. Recomendo muito as aulas dele do Alcance. Parece que ele não vai dar esse ano, mas se achar o caderno dele com alguém devore, pois tudo que ele fala na aula cai na prova. Livro de Jurisprudência dos Direitos Humanos do Thimm e do Caio obrigatório também. O graal também.
Direito Internacional - Aulas do ACR do Alcance + li parte do Portela + graal. As únicas matérias que li o Graal foi Humanos e Internacional porque são de enfoque muito específico pro MPF. O edital já mostra esse foco.
Direito Tributário - fui nos informativos e na fé. Muitos recomendam o Ricardo Alexandre. Na Faculdade estudei o Carrazza - Direito Constitucional Tributário.
Direito Financeiro - Harisson Leite da Juspodivm.
Direito Administrativo - Li boa parte do José dos Santos Carvalho FIlho, mas na faculdade já tinha lido todo o Celso Antônio Bandeira de Mello.
Direito Ambiental - Sou professora de ambiental então nem estudei a matéria. Como prof. recomendaria o Paulo Affonso Leme Machado que é excelente, mas talvez uma opção mais concurseira seja o Frederico Amado da Juspodivm. Ambiental é uma matéria que pouca gente estuda, mas tem muuuuuuuuuito assunto. Para o Walter recomendo os artigos dele sobre proibição do retrocesso e ele tem uma pegada bem 6 CCR então é importante estudar todas as interligações de ambiental e povos tradicionais. A superposição de terra indígena e UC é um temão que tem um manual da 6 CCR ótimo. Também recomendo buscar alguns artigos de Direito dos Animais que é um tema que ele gosta muito. O livro do Peter Singer Libertação Animal é um clássico.
Direito do Consumidor - informativos STJ + livro do Leonardo de Medeiros Garcia (leis especiais pra concurso). Para a prova oral leitura do CDC seco.
Direito Econômico - Estudei por resumos do TRF e Lei do CADE. Não li nenhum livro. Tive essa matéria na Faculdade e no Mestrado então a parte teórica já tinha lido no Eros Grau.
Direito Civil - li só o início do Tartuce Volume único. Não deu tempo de muita coisa. Li os informativos e rezei. Na faculdade li todos do Carlos Roberto Gonçalves.
Processo Civil - li o Marinoni v. 2 até o começo de recursos; não consegui terminar + informativos.
Processo Penal - Só fiquei com as aulas do Herbert Mesquita do Alcance que foram ótimas + informativos. Diria Pacelli, e o CPP comentado dele e do Fischer, mas é um monstro de grande. Leia os artigos do Fischer pra sacar o que ele pensa. Ele tem muitas posições bem singulares. O graal do 28 de Processo Penal pra mim ficou o melhor.
Penal - Na primeira fase não consegui ler livro. Li o do Gueiros para a segunda e gostei bastante e parte do Baltazar. Na faculdade tinha estudado pelo Luiz Régis Prado, e sempre gostei muito dele. Na parte de crimes em espécie a aula do Herbert Mesquita que eu estudei um dia antes da objetiva me salvou.
Enfim, sobre a neura de obter o graal. Acho que o Graal é interessante para a prova oral em que se exige um conhecimento horizontal sobre tudo, mas pra primeira fase e segunda não recomendo sua leitura integral, a não ser em alguns tópicos que você entenda ser interessante. Na primeira e na segunda fase vale muito a pena estudar o perfil do examinador porque ele vai tender a cobrar o que escreve, o que gosta. Muita gente acha que o Graal vai salvar o mundo. Não é assim gente.

Esperamos que gostem dos depoimentos.

Bons estudos pessoal. 

10 comentários:

  1. Vi o Igor pelo Periscope. Bem legal ouvir estes depoimentos, são motivadores. Sucesso e em breve nos encontraremos (rsrsrsrs)

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  2. Parabéns, Igor, vc é um fenômeno, como diria minha tia! Dani, vc também é espetacular, parabéns pelas aprovações no MPF e no TRF. Adorava as suas respostas da superquarta (guardei algumas rsrs). Também tive esse plimm de fazer primeiro o G4. Foi ótima estratégia, porque era o grupo que mais me preocupava (e ainda preocupa). Felizmente, consegui o suficiente nesse grupo. Infelizmente, fiquei por duas no G2, mas ainda acho que a estratégia foi boa e vou continuar adotando. Acho muito legal essa atitude dos aprovados de dar dicas - valiosas - e falar sobre sua experiência, não só nesse blog, mas em outros por aí, no twitter, no fb, o que só me faz querer cada vez mais fazer parte do time. Um grande abraço e parabéns a vocês.

    Lilian Farias

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  3. Poxa parabéns. Muito motivador o depoimento de vocês. Igor pensei que era somente eu que chorava em alguns momentos de estudos rs. lembro uma vez que se falava que para estudar para concurso a pessoa tem que estar de cabeça fresca, sem problemas. E o depoimento do Igor mostra que mesmo uma pessoa com vários entraves, problemas, tem condições de focar nos estudos, é só questão de força de vontade e determinação. A garra de vocês é animadora para nós que estamos do lado de cá, na vida de concurseiro, metas, cronogramas, cobranças de si mesmos. Parabenizo a equipe da Nat, Edu, Hayssa, Dominoni pelo belo trabalho que vem desenvolvendo. Ana paula Oliveira

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  4. Muito bons os depoimentos.
    Parabéns aos dois pela aprovação.
    Desculpem a ignorância, mas o que é esse tal de "graal" citado pela daniela??...

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  5. Gostei muito dos depoimentos, mas fiquei com uma dúvida após ler o depoimento do Igor.
    Como funciona a questão de ser nomeado e não ter os 3 anos de atividade jurídica?
    Existe algum tipo de 'lista de espera' até a pessoa conseguir comprovar os 3 anos?
    Tentei achar o documento que regularia isso, mas não encontrei.
    Gostaria de saber se essa regra se aplica também ao MPT.
    =D

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  6. Igor e Daniela, primeiramente, parabenizo-os pela conquista em serem aprovados no CPR, bem como que desejo-os que sintam muita satisfação profissional com a atuação ministerial.
    Sou atualmente estagiário da importante instituição do MPF e já fui estagiário da DPU e DPE/PE, tendo acompanhado o blog desde o início, embora feito comentários só ultimamente.
    Inclusive, Igor, estou na Procuradoria em que Drª Mara trabalha. Até comentei sobre seu depoimento com ela no dia em que foi aqui publicado e passei o endereço do blog. Realmente, uma pessoa fantástica, e que hoje trabalha com as duas outras colegas que estudou com ela para o concurso, incrível não é?!
    Nessa oportunidade, gostaria até de fazer um pedido ao Igor ou a Daniela. Tem possibilidade de me enviarem o resumo completo do SG para o 28CPR? Isso porque estou vocacionando meus estudos para essa carreira e, em que pese ter a consciência de que o resumo não é o material único e fonte esgotável de pensamento, não se olvida quanto à sua importância nos estudos. Assim, deixo aqui o meu e-mail (rfs.andrade@hotmail.com), o qual aguardo prontamente o envio.
    No mais, parabéns mais uma vez a ambos!
    São histórias diferentes, mas que guardam em si um fator comum, serem empolgantes e motivadoras.

    Att.,

    Rafael.

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  7. Estas história me emocionam demais.
    Meu sonho e minha luta são direcionados ao concurso de Procurador do Estado, mas tenho uma infeliz crença firme de que seja demais para mim, assim fica difícil!

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  8. Obrigada pelos depoimentos. Ajudam muiiito.

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  9. Igor, muito obrigado pela sua história. Estava passando por momento desistimulo e digitei "academia, amigos, blog do edu" hahahaha. E veio exatamente sua história. Muito obrigado!

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