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DEPOIMENTO DE APROVADO - CONCURSO NACIONAL DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - PABLO SALDÍVAR
Boa noite, pessoal.
Hoje, trago o depoimento do Pablo Saldívar, aprovado no I Concurso Nacional da
Magistratura do Trabalho. É uma imensa felicidade compartilhar a trajetória
dele aqui no Blog, pois é um grande amigo que a UFGD (Universidade Federal da
Grande Dourados) me deu. Obrigada pela disponibilidade, Pablo, e, novamente,
PARABÉNS por essa conquista mais do que merecida! Do depoimento dele, caros concurseiros,
podemos claramente perceber que não existe apenas um método certo para a
aprovação; cada pessoa encontrará o mais adequado às suas especificidades. Mas,
então, o que os aprovados têm em comum? Na minha opinião, três coisas: um
sonho, dedicação e não desistir jamais! Aproveitem essa linda história...
Lenize Lunardi, em 9/12/2018
Ao depoimento:
“Sabedoria e
Serenidade. Começo este depoimento com as duas palavras que mais pedi a Deus em
todos os certames que prestei até a aprovação no I Concurso Nacional da
Magistratura Federal do Trabalho.
Vamos à trajetória.
Inicialmente devo me apresentar: meu nome é Pablo Saldívar da Silva, atualmente
com 30 anos. Graduado em Direito pela UFGD em 2010, Especialista em Direito e
Processo do Trabalho pela Damásio e Especialista em Direitos Humanos e
Cidadania pela UFGD. Até o presente momento e desde a graduação, exerço a
Advocacia privada na área trabalhista e desde 2015 ocupo o cargo de Procurador
Jurídico Municipal na cidade de Itaporã-MS.
Iniciei a busca
efetiva por essa realização somente em 15.08.2014, dia que me recordo como se
fosse hoje, o primeiro dia que sentei na cadeira para estudar especificadamente
para a magistratura do trabalho. De pronto, já afirmo o que julgo
ser a quase esmagadora dúvida de todos os concurseiros: sim, eu trabalhei e
estudei durante toda a preparação. É sim possível conciliar, bastando ter força
de vontade e dedicação. Não se apeguem a quem tem disponibilidade de só estudar
tomando-os como parâmetro. Estes são aprovados sim, mas quem trabalha e estuda,
também o é. Não se compare a ninguém.
Eu me considerava um
bom acadêmico, na graduação, nas pós-graduações, julgava ser um conhecedor do
direito do trabalho e das demais matérias periféricas em minha atuação
profissional, assim esperava uma aprovação um tanto quanto célere, mesmo
sabendo que não era nada fácil. Ilusão. Os certames públicos nos ensinam muitas
coisas, entre elas que a aprovação é construída não pelo que você é durante sua
vida acadêmica e profissional e sim pelo que você se torna enquanto “concurseiro”.
São realidades totalmente distintas.
E isso você só
descobre com o treino. E com treino quero dizer: faça provas, faça quantos
concursos você conseguir e tiver disponibilidade (física e financeira)! Você
vai ganhar a famosa “experiência” apenas na vida real, apenas participando de
certames. Eu comecei em 2014 mesmo aqui no nosso TRT-24 (MS), com poucos meses
de estudo, e o bom desempenho de inicio me motivou ainda mais, não obstante
tenha ficado a poucas questões do corte inicial. Após isso, foram em torno de 7
concursos (até então regionalizados, SP, MG, RJ, MT..). Não obtive êxito em
nenhum, sempre ficando a duas, uma questão do corte, mas sempre fazendo no
mínimo 70 % da prova.
Em abril de 2017,
agora já unificado nacionalmente, foi lançado o edital do primeiro concurso
nacional da magistratura do trabalho, sob a direção do CSJT (Conselho Superior
da Justiça do Trabalho). Senti que era minha hora e foi. Ultrapassei a primeira
fase pela primeira vez, fui para segunda e terceira, devidamente ultrapassadas,
da mesma maneira a inscrição definitiva e a temida prova oral. Assim, após mais
de um ano e meio de certame, com o resultado em 05.11.2018, alcancei a
aprovação. Assim, passo a tecer algumas considerações sobre essa caminhada.
Sobre método de
estudos: já adianto que não sou um “modelo perfeito” a ser copiado. Até por que
não existe método único de estudos e a essa altura todos que se preparam para
certames já devem ter ouvido isso. Eu tive muitos erros na minha preparação,
fui sempre um “cabeça dura” para certas coisas e vocês entenderão o motivo à
frente. Assim, sou prova viva de que não existe uma única forma de você
alcançar seu objetivo. Existe a forma que você se adapta e lhe serve e que,
cedo ou tarde, lhe ajudará a chegar à aprovação.
Exemplifico, e já
entrando nos estudos para a prova objetiva. Sempre recomendam o famoso
conjunto: questões, letra de lei, jurisprudência e doutrina simplificada. Aqui
já fui do contra. Eu adoro ler letra de lei, perdi as contas de
quantas vezes li CF, CCB, CPC, CLT e mais de cem legislações específicas
cobradas na magistratura do trabalho. Li, reli, decorei texto e número de
artigo. Sempre foi prazeroso para mim. Doutrina e jurisprudência também nunca
foi problema para mim. O erro (ou não) que cometia: eu simplesmente odeio fazer
questões anteriores! É algo singular, eu sei, mas nunca prendeu minha atenção,
eu sempre preferi estudar, ler, grifar, me via perdendo tempo resolvendo
questões já cobrada que não obstante pudessem se repetir em outras provas, não
o seriam em sua literalidade.
Dessa forma eu
negligenciava questões de primeira fase sim. Simplesmente não fazia. Pode ser
um erro na minha preparação, talvez hoje até voltasse atrás e me esforçaria
mais, sabendo da importância que é o tal treinamento para as objetivas. Digo
isso porque a primeira fase foi meu calo como já falado acima, fiz quase 10
concursos: reprovei na primeira fase em quase todos a exceção de um: e é sobre
ele que estou aqui escrevendo para vocês!
Talvez se fizesse
mais questões poderia ter sido aprovado antes, não sei, ninguém sabe! O que sei
é que sempre falei para mim mesmo, quando ultrapassasse a primeira fase iria
até o final, e foi exatamente assim. Quero com isso dizer que não existe mesmo
fórmula pronta para a aprovação nessa fase. Outro ponto, aqui sim julgo
importante ao lado de lei e questões: a jurisprudência, é essencial conhecer
como pensam quem te avalia. Saiba como o tribunal decide na região, saibam como
pensam o STF e o STJ. Na parte trabalhista, mergulhem sem medo nos Informativos
do TST, nas decisões das Turmas, do Pleno, da SBDI. Quanto a isso, a meu ver,
não tem discussão.
Ainda sobre primeira
fase e sobre eu ser do contra: resumos, fichamentos de mão própria.
Simplesmente nunca fiz. É um ótimo material para revisão e reconheço de plano,
mas eu não me adaptei nunca. Ademais, a minha letra é muito feia (quase
ilegível e quem me conhece sabe haha), então por mais que eu tentasse não seria
legível, ainda mais às pressas. Nunca fui caprichoso para fazer os fichamentos
maravilhosos, coloridos, esquematizados, não funcionava para mim. Admiro quem
faz, mas eu não consegui.
Outra coisa que
também nunca fiz e também é um instrumento de estudo para a primeira fase:
vídeo aula. Não prende minha atenção, me sinto agoniado e parecia que estava
perdendo tempo, assim, não assistia e quando tentava assistir me pegava
viajando nas temáticas, sem foco, o que para nós concurseiros é um tiro no pé.
Meu método: Eu lia e
lia muito, adoro ler, me prende a atenção. Lia a lei, as súmulas, orientações
jurisprudenciais, a doutrina, os informativos...eu lia tudo!! E como eu fixava:
eu grifava! Todos os meus materiais são assim, grifados de marca texto, caneta,
com setas, palavras-chave. Esse foi meu método, desde a primeira fase até a
prova oral. Funcionou para mim, era o que eu julgava correto durante a
caminhada. Encontre o seu e sinta-se bem com ele!
Sobre a segunda fase
(dissertativa) e terceira (sentença), em se falando de magistratura. Aqui não
tem segredo: estude para essas fases conjuntamente com a primeira, se preparem
para dissertar sobre um tema, se posicionar sobre algo, opinar, expor o
entendimento da banca. Tenha opinião, seja firme e demonstre que você tem
bagagem e conhecimento para pertencer àquela instituição. Conheçam doutrinas
clássicas, mas também tenham em mente as obras mais simplórias, conjugue-as em
uma resposta dissertativa. Quem tem como foco a área trabalhista fica aqui
desde já meu compromisso de indicar algumas obras. Um bom curso de resolução de
questões é indicado, para suprimir nossos vícios de escrita que nos prejudicam
nessa fase e, no meu caso, aprimorar a caligrafia!!
Quanto à sentença,
não obstante eu só tenha feito uma para ser aprovado, é a etapa que julgo mais
complicada. Aqui, para nós postulantes a magistratura, é que se conhece o
perfil do candidato. Se ele está preparado para o mister. É, a meu ver, uma
maratona, que lhe exige, calma, sabedoria, opinião e firmeza. Uma luta contra o
tempo, adicionando-se uma pressão absurda para resolver o caso posto a sua
apreciação. E você tem que decidir, não tem jeito. Aqui não tem como enrolar,
não tem como dar voltas, não tem como citar doutrina, posicionamentos de X e Y,
aqui é você decidindo e solucionando a controvérsia. Mostre para banca que você
é capaz de fazer isso com inteligência o resto de sua carreira! Outra vez, faça
um bom curso de sentença com correções individualizadas, seja presencial ou on
line.
Um breve comentário
sobre a inscrição definitiva: não é a toa que ela é considerada uma “fase” na
maioria dos certames. Não lhe é exigido conhecimento, mas sim paciência,
dedicação e expertise. Não negligencie nos documentos, nos exames,
nas certidões, faça tudo com a mais absoluta perfeição. Exagere nas minúcias se
preciso, mas não negligencie. É uma fase de muito stress. Só não é mais
estressante que a temida prova oral.
A prova oral. Se você
já chegou até aqui, deveria estar tranquilo, pois detém conhecimento e bagagem
suficiente para exercer o mister escolhido. Deveria, digo, pois em 99 % dos
casos não é o que acontece. Você simplesmente vai achar que é uma fraude, que
está ali por “sorte”, vai passar pela sua cabeça que você não será capaz. Você
vai se estressar, sua vida vai virar de cabeça para baixo e você vai estar tão
perto do seu sonho que vai ficar com medo. E tudo isso é o que NÃO pode
acontecer.
A prova oral, amigos,
é um misto de calma, conhecimento e empatia com a banca. Com absoluta
prevalência do primeiro. Fique calmo durante toda a arguição, não demonstre
nervosismo, exponha o que você sabe. Foi isso que fiz na minha. Foi a hora mais
rápida da minha vida, me mantive sereno, expus sobre meu ponto mesmo quando não
sabia absolutamente nada sobre o perguntado (e vai cair questões sim que vocês
não têm a mínima ideia). Então, aqui é onde aquelas duas palavras do início do
texto mais se encaixam: sabedoria e serenidade. Ficar calmo e expor
o conteúdo que você sabe, pois você sabe o básico e sabe muito. Sempre me
disseram, na Oral só não passa quem fica nervoso em demasia ou não sabe o
básico. É fato. Faça um curso postural, simulados presenciais, o mercado
oferece vários com qualidade. Confie em seus professores, confie na idoneidade
do curso, por aqui vocês serão testados e devem estar preparados.
Isso tudo foi para
lhe dizer que hoje, após a divulgação do resultado da última etapa eliminatória,
eu posso afirmar: vale a pena, amigos! Olhar para trás e ver seu esforço
recompensado não tem preço. Vai ser difícil, saiba disso. Vai ter momentos que
você vai querer desistir, claro que vai. Vai exigir dedicação e perseverança
como nunca. Vai exigir sacrifícios e renúncias e você deve estar pronto para
fazê-los sem pestanejar. E quando você ver seu nome na lista de aprovados, você
vai dizer que faria tudo novamente.
Meu ciclo iniciou-se
em 14.08.2014 e terminou com meu nome na lista de provados em 05.11.2018. Valeu
cada dia, cada hora de estudo. Garanto a vocês que todo o esforço é
recompensado e principalmente, Deus não coloca um sonho no coração de qualquer
pessoa sem que este possa ser realizado.
Por fim, uma dica
final: vivam. Não deixem de viver durante toda a preparação, façam atividade
física, saia com os amigos, com a família. É obvio que sua rotina será
alterada, você vai ter que dizer não a algumas coisas em prol de seu sonho, mas
não deixem de viver, se divertir, estudem com prazer e vivam a vida além do
concurso. Tenham em mente que família, amigos, cônjuges são essenciais.
Além disso,
apaixonem-se pelo que vão estudar, vivam as rotinas da profissão escolhida, com
isso, as horas, meses, anos de estudo serão prazerosos!!
Para terminar, deixo
meu agradecimento especial a minha amiga desde os tempos da graduação, Lenize
Lunardi, uma fonte de inspiração para mim e creio que para todos que lutam as
batalhas dos concursos. E me coloco à disposição de quem se interessar em
esclarecer qualquer dúvida, indicação de obras, cursos específicos ou qualquer
coisa em que puder ajudar. A caminhada do concurso desperta isso em todos, uma
solidariedade nunca vista entre todos os que travam a mesma batalha e chegarão
a aprovação mais cedo ou mais tarde!
Meu muito obrigado a
todos vocês.
Pablo Saldívar da
Silva
Aprovado no I
Concurso Nacional da Magistratura do Trabalho.”
SIGAM NO INSTAGRAM @EDUARDORGONCALVES.
.
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Claro e objetivo, depoimento que pude colher ótimos métodos e me inspirou ainda mais a correr atrás dos meus sonhos.
ResponderExcluirMeus parabéns ao Pablo Saldívar da Silva, fico feliz por sua aprovação e por quem se tornou durante os estudos.
Que Deus ilumine seus passos e os de todos que colaboram com o site do Edu.
Abraços.
Amei seu depoimento Pablo, fico feliz pela sua conquista, e me serviu como inspiração. Sou Advogada, servidora Pública do Estado de Mato Grosso (analista), mas meu sonho é ser juíza do trabalho. Estou querendo voltar a estudar, porém ainda não sei por onde começar. Gostaria de algumas dicas. Obrigada!!
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