Depoimento de aprovado: Pedro Ernesto Pezzi, promotor do MPMG e aprovado no MP/PR

 Oi pessoal, como estão?

Postar depoimento de aprovados é uma das coisas que mais me deixam feliz aqui no blog, ainda mais quando o depoimento são de alunos que passaram por aqui diariamente. 

Hoje trago o relato do Pedro Ernesto Pezzi, Promotor de Justiça no MPMG e recém aprovado para Promotor de Justiça no MPPR. Pedro era leitor do blog, vencedor de muitas Superquartas, ganhou várias vezes. 

Desejo ao Pedro muitas felicidades como Promotor e que seja muito realizado no MP/PR. 

Vamos ao depoimento: 

Olá! Meu nome é Pedro Ernesto Pezzi, Promotor de Justiça no MPMG e recém aprovado para Promotor de Justiça no MPPR, minha terra natal. A convite do Edu, encerrada minha jornada de concurso público, venho compartilhar brevemente minha trajetória com os leitores do blog.

 

Sou natural de Curitiba/PR. Durante a faculdade, tive algumas experiências frustrantes em estágios em escritórios de advocacia, que me fizeram decidir pelos concursos públicos. Então, após 1 ano de estudo, ainda na faculdade, fui aprovado para cargo de nível médio no MPPR (2015), onde permaneci por 6 anos.

 

Nesse tempo enquanto técnico segui estudando. Porém, não parei minha vida unicamente para estudar. Colei grau, casei, viajei, tive uma filha. Aqui deixo minha primeira dica: não parar completamente a vida para estudar, pois os frutos podem demorar muito a serem colhidos. Quem passa não é quem foi mais abnegado, fez mais renúncias ou sofreu mais, e sim quem acerta mais questões na prova.

 

Durante os estudos – sempre trabalhando - imprimi um ritmo diário e constante: cerca de 4 horas líquidas por dia durante a semana, 5 horas líquidas aos finais de semana. Batida a meta diária, é importante ter consciência de que o descanso e o lazer também fazem parte da estratégia de um candidato de alto rendimento.

 

Outro aspecto que considero essencial é manter os olhos voltados pro processo de estudo, e não no resultado. Aperfeiçoar o estudo a cada dia é a chave. Estudar com interesse em aprender e internalizar o conteúdo, de modo ativo e sempre buscando traçar novos raciocínios e fazer conexões com o que já sabemos. Vejo muitos concurseiros que dizem estudar 10-12h por dia mas, por terem um contato muito passivo com o material, acabam apenas perdendo tempo e gerando frustração.

 

Após algumas reprovações em prova objetiva, percebi que estava “patinando” no estudo. Como vários outros aprovados, tive uma virada de chave quando percebi que poderia abandonar um pouco a doutrina e focar muito na lei seca e conhecer os informativos dos Tribunais Superiores. Isso alavancou minha pontuação fortemente e, em alguns meses, parei de reprovar em objetivas.

 

Avançar nas primeiras fases me deu ânimo e fez parecer que o êxito estava logo ali. Mas não foi bem assim. Fiz inúmeras segundas fases (MPRS, MPSC, MPSP, MPMG, TJSP, TJPR, TJMS, TJRS, TJRJ). As reprovações doeram muito, mas extraí lições para continuar.

 

Em todo o período de estudos, especialmente durante o estudo pra segundas fases, fui leitor assíduo do blog. Era a primeira coisa que fazia cedinho antes de começar a estudar: ler a postagem do dia anterior. Além disso, participei de muitas superquartas. Ganhei algumas, perdi inúmeras. Me ajudaram demais a aprender como deve ser uma resposta em prova discursiva de Ministério Público/Magistratura.

 

Depois de muito tentar, avancei para a etapa oral do 94 MPSP. Parecia que tinha chegado a minha vez. Levei a preparação com muita seriedade, treinei com colegas, estudei. Contudo, fui reprovado no exame oral. O baque foi gigante.

 

Porém, as coisas acontecem exatamente como tem que acontecer. Na noite em que vi a lista do MPSP e constatei que meu nome não estava lá, fui dormir em meio a lágrimas e recebendo o cuidado de minha esposa. Na manhã seguinte, a notícia: aprovado para a prova oral do MPMG. Era a minha chance e eu não deixaria escapar.

 

Se a preparação para o MPSP foi forte, para o MPMG foi em nível de excelência. Dei tudo de mim. Aprofundei em conteúdo, trabalhei muito a fala e fortaleci meu psicológico. Resultado: aprovado no MPMG.

 

Tive a felicidade de tomar posse em Minas Gerais, onde estou no momento em que escrevo este texto. Vivo aqui há 1 ano, no Estado que me proporcionou realização profissional e muitos momentos felizes. Porém, a vontade de voltar para o Paraná, terra que tanto amo, nunca saiu do meu imaginário.

 

Depois de um ano de muita realização como Promotor de Justiça – inclusive tendo abandonado a prova oral do TJRS para permanecer no Ministério Público –, o edital do MPPR bateu à porta. Tentando conciliar as atribuições da Promotoria com o estudo, fiz as provas com uma carga de estudos reduzida. A base formada anteriormente foi o que me sustentou em todas as etapas e, graças a Deus, logrei êxito na aprovação para o cargo de Promotor de Justiça no Paraná!

 

Durante esses 8 anos de batalha, do início dos estudos até hoje, tive vários altos e baixos, pensei em desistir, chorei, sorri, achei que a posse nunca chegaria, pensei que os cargos eram destinados aos “gênios”. Mas se estou aqui, é porque persisti diante das adversidades.

 

Em um dos meus vários momentos de desânimo, durante uma missa, na homilia, o padre leu o seguinte versículo: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens”. Na ocasião, endereçou a fala especificamente aos estudantes. Toda a mensagem parecia direcionada a mim. Absolutamente tocado, carreguei esse versículo em minha mente e obtive a força necessária para persistir, até o final desta longa maratona do concurso público.

 

Agradeço ao Edu pelo espaço e pelo blog e desejo que este depoimento possa ajudar os amigos que estão na batalha! Fico à disposição dos leitores no e-mail “pedropezzi@hotmail.com”.

 

Pedro, 25 de agosto de 2024