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A JUÍZA LOUCA QUE ME FEZ ESTUDAR MUITO!!! TIRE BOAS LIÇÕES DAS ADVERSIDADES
Olá, queridas e queridos! Como estão os estudos? Espero que estejam aproveitando. Dominoni por aqui nesse domingão trazendo uma publicação antiga, mas que sempre está atual!!!
O bate papo de hoje fala sobre como fazer de um acontecimento muito ruim algo de positivo, que faz mudar os rumos da tua vida. E eu vou contar a história de uma juíza louca que me fez ter a certeza de que teria de sair do TJRJ… e mais, que não poderia terminar meus dias de trabalho em qualquer lugar que fosse, a não ser como Membro de alguma instituição.
Eu entrei no TJRJ em 1998, num cargo de ensino médio (Auxiliar Judiciário, que posteriormente se tornou Técnico Judiciário) e tive muita sorte: em todos os lugares onde trabalhei encontrei pessoas maravilhosas. Tenho contato até hoje com elas (a maioria mulheres … cheguei a trabalhar num cartório que éramos eu e 7 mulheres. Brincávamos que estávamos na “Casa das 7 mulheres”, posteriormente virou nome de novela. Todo dia havia ao menos uma de TPM … rsrsrs, e eu era o escravinho: – Marquinho, pega essa caixa ali pra mim? Marquinho, leva esse processo pesado no gabinete? … Mas eu as servia de bom grado, pois era muito bem cuidado por elas … o meu imenso agradecimento à Vanda, Ana Maria e Verônica, escrivãs com quem trabalhei, e às amigas Vanessa, Telma, Edna, Lilian, Márcia, Gláucia, Alessandra, Mônicas, Sílvia, Beth, Lídia, Gisele, Pat, Marcelito, Zé, Anderson Claudino – que, apesar de não ter trabalhado com ele diretamente, tornou-se grande amigo até hoje…). O meu muito obrigado pela convivência.
Ainda na faculdade iniciei meus estudos para o cargo de ensino superior (Técnico Judiciário Juramentado), pois o TJRJ era uma excelente casa, e eu estava muito satisfeito. Em agosto de 2000 eu me formei, e no início de 2001 vieram os concursos, e passei para TJJ (TTJ…kkk poucos entenderão!!!kkk). Logo no início de 2002 fui nomeado e permaneci na minha lotação, de onde saí somente alguns anos mais tarde.
Trabalhamos com juízes maravilhosos, e outros não tão legais – mas mesmo com esses a convivência era ótima! Até que assumiu a titularidade do Juízo uma juíza louca: ela não veio falar com ninguém – não se apresentou aos servidores do cartório! Quando levávamos os processos com a carga do dia, a mãe dela (sim, a mãe da juíza ficava dentro do gabinete dela o dia inteiro…) nos atendia com a porta do gabinete entreaberta e falava: “pode deixar o carrinho com os processos aí!”, e batia a porta! Todos os dias ela chamava alguém no gabinete para dar broncas espetaculosas…enfim. Um constrangimento enorme.
Até o dia fatal – o único que ainda não havia tomado bronca era eu, mas meu dia também chegou: no meio da tarde o secretário de audiências adentra o cartório e diz: “Marquinho, dra. fulana quer falar com você!” – Ihhhh, chegou tua hora…. alguns colegas brincaram! Sim, essa hora iria chegar e eu tinha que ser forte!
Sala de audiências lotada, processo com uns 5 réus e eu era o servidor responsável por ele. A juíza (que não lia os processos – a sua secretária fazia resumos na capa dos autos) me fez uma sequência de perguntas, as quais respondi de plano (eu conheço meus processos). Até que em uma pergunta eu travei! “Não sei, Dra.!” Pronto!
– Não saaaaabe????!!!!! Não saaaabe???!!! Chame a escrivã!!!
Bem, eu tenho uma técnica de que quando eu me vejo numa situação difícil, delicada, eu tento “sair do local” (física ou mentalmente) de modo que possa raciocinar com a frieza necessária. Dei uma certidão e apresentei à juíza:
– Como não sabe???!!! Sabe siiiimmm!!!!
Na hora eu falei: “só não entendi isso tudo pelo fato de eu não ter passado uma certidão, sendo que a peça sequer é obrigatória…” Enfim… a partir dali se seguiu uma reunião entre a Louca e todos os servidores, e eu disse a ela com todas as letras que não trabalhava com quem não me respeitava, e que ela me desrespeitou – comecei a procurar local diferente para trabalhar…imediatamente!!!
Dias depois protocolava meu pedido de remoção por permuta, mas o Corregedor suspendeu todos os procedimentos, e não pude sair. Com a pressão, o secretário de audiências adoeceu, e escrivã pediu para que eu o substituísse. Verônica é daquelas chefes que você não consegue dizer não, mesmo sabendo que o aborrecimento será enorme… e lá fui eu. Passei um mês exato como secretário de audiências, ficando ao lado da Louca de segunda a quinta, todas as semanas. Graças a Deus deu tudo certo, e minha remoção por permuta foi autorizada. A Louca me agradeceu e disse que tinha ido tudo muito bem no último mês e que as portas da Vara estavam abertas para o meu retorno! Eu nada falei! Ela não merecia.
Saí dali pensando: eu nunca mais vou permitir que isso aconteça comigo! Mesmo sendo servidor de apoio, eu não posso me submeter a esse tipo de situação. Iniciei imediatamente meus estudos de maneira incessante para qualquer concurso (como eu já era Analista e ganhava mais que os AJAJ da área federal, não fazia mais prova para esse cargo. Logo depois passou um PL e eles começaram a ganhar 80 reais a menos que eu. Daí que eu decidi sair até para ganhar um pouquinho menos, pois com os aumentos escalonados em breve estaria em situação financeira melhor). Estava prevista uma sequencia maravilhosa: AJAJ do TRERJ, MPRJ, TRT, MPU, MPE e TRF! Em algum desses eu passaria, e sairia do TJRJ.
Ato contínuo saiu concurso para o TRE e, no ano seguinte, fui aprovado para AJAJ do TRE/RJ, onde entrei em agosto de 2007. No mês seguinte eu já estava matriculado no curso estudando para Membro de alguma instituição.
Moral da história: houve um acontecimento muito ruim que me fez mudar, que me fez estudar cada vez mais forte para sair dali, sair daquele lugar onde não mais me sentia bem em trabalhar. Tem gente que não atenta para isso e cai, dizendo ser vítima de assédio moral, tem síndrome do pânico, depressão…enfim, uma série de doenças da mente. Eu não me deixei sufocar pela Louca e transformei aquela situação difícil em força para mudar - a mentalidade forte é treinável! Mas reconheço que há muitas pessoas que acabam ficando doentes pelo assédio... daí é caso de procurar ajuda médica mesmo.
Esse é o verdadeiro espírito que você, que está insatisfeito com seu trabalho, deve tomar. Está insatisfeito com teu trabalho? Força para acordar amanhã antes das 6 da manhã e seguir rumo ao teu objetivo, que é mudar de vida! Não permita que ninguém destrua seus sonhos. E por mais difícil que seja seguir estudando para concursos, mais difícil será ficar, pelos próximos 20 anos, onde você está hoje. Essa é a pergunta que você deve se responder: eu me vejo aqui, no meu trabalho, daqui a 15, 20 anos? Se a resposta for negativa, o dia de começar a estudar forte é hoje…ou no máximo amanhã! Estude o máximo que puder pois você será muito bem recompensado!!!
Bjs, abs, vamos em frente e contem sempre comigo!
VAMULÁ!
Dominoni - @Dominoni.marco no Insta!
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Dominoni, boa noite!
ResponderExcluirObrigado pela postagem.
Apesar de não ter passado por uma situação como esta, irei depois de amanhã colar grau, porém, sem dinheiro ou emprego rsrs..
Não reclamo em nada, pois, tenho gratidão em conhecer esse blog que mui me ajuda como concurseiro.
No mais, o que me falta é atitude e disciplina - pois, apesar do tempo procrastino demais, é vergonhoso dizer, mas é verdade.
Vou ter mais consistência e disciplina.
Essa postagem, vale ouro rsrs..
O tempo vai passar de qualquer modo, então, não ei de desperdiçá-lo.
Abraços.
Também tive dois chefes bem complicados que me fizeram mudar o rumo da minha históia, hj estou aguardando algumas nomeações. mAs pretendo continuar evoluindo na área.Gostei de ler o relato e perceber que eu não fui a única a ter o pensamento de ganhar menos e viver melhor
ResponderExcluirO meu trabalho é tão ruim que desenvolvi depressão e síndrome do pânico, o que me atrapalham demais. Tento estudar mas o sentimento ruim é tão grande que não consigo. Quem sabe um dia consiga usar como motivação.
ResponderExcluirGostei do relato. Apenas não concordo com a generalização de que todas as pessoas que passam por assédio moral se vitimizam, existem casos e casos. Passei por uma vara em que a escrivã que era louca e o pior, era ela quem autorizava ou não os pedidos de permuta. Então a pessoa era assediada diariamente e ela ainda fazia chacota, dizendo que as pessoas só permutariam se ela concordasse... Ela sentia prazer em "prender" os funcionários na vara. Nunca vi nem ouvi nada parecido em termos de assédio moral...
ResponderExcluirMarco, muito boa a postagem. Parabéns por sua garra! Apenas faço uma ressalva de que, em hipótese alguma, a solução para o assédio moral deve ser tratada a partir de uma iniciativa da vítima. Retirar boas lições de situações difíceis é uma dádiva, mas jamais poderemos admitir que a solução para pessoas que sofrem de assédio moral é estudar mais para mudar de cargo. O assédio moral é um ilícito gravíssimo e ainda faz parte da cultura do funcionalismo público brasileiro. Por isso mesmo, permanece incógnito e impune, muitas vezes tratado como capricho ou mero aborrecimento. A título ilustrativo, recente levantamento de qualidade de vida do trabalho realizado pelo MPF apontou que o principal motivo de insatisfação do servidor no trabalho é o comportamento abusivo dos chefes, notadamente dos membros. Isso revela como o assédio é uma questão sistemática e pandêmica. Ocorrido o abuso, a resposta jurídica adequada deve ser a responsabilização rigorosa do assediador, não que a vítima se sacrifique ainda mais para conviver com aquela situação. Além disso, a instituição deve adotar medidas oficiais de prevenção e repressão efetivas. No mais, obrigado por compartilhar sua experiência!
ResponderExcluirConcordo em tudo, parabéns pela colocação. Trabalho no MPF, e vivi na pele situação de assédio, e o problema é que vc fica com medo de denunciar, e é obrigado a conviver com aquilo, dia após dia. Eu tinha o mesmo pensamento do autor do depoimento, até passar por essa situação.
ExcluirKkkkk estou na mesma situação no mesmo tjrj
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