Olá meus amigos tudo bem?
Hoje trago um depoimento muito especial, o do EMILIO CARDOSO TENÓRIO FILHO, aprovado em diversos concursos de Procuradorias.
Para mim é uma felicidade imensa publicar o depoimento do EMÍLIO, pois ele foi aluno de vários materiais aqui do blog.
Desejamos ao Emílio muito sucesso na carreira que escolheu seguir.
Vamos ao depoimento que nos ensina muito:
Grande Edu!
Meu amigo, antes de mais nada, gostaria de agradecer pelo convite de poder compartilhar um pouco da minha jornada como concurseiro. É um sentimento muito bom, especialmente porque sempre acompanhei o blog (como mencionarei ao longo do depoimento).
Assim, poder contribuir com o blog e com todos os concurseiros é algo de grande importância para mim.
E aos amigos leitores, saibam: hoje vocês leem o meu depoimento, mas, nos próximos meses, tenham a certeza de que serei eu a ler o relato de vocês. Acreditem!
Pois bem.
Meu nome é Emílio Tenório, tenho 27 anos e sou natural de Paulo Afonso, no interior da Bahia. Concluí o curso de Direito na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em 2022 e, ao longo da minha preparação para concursos públicos, sempre me dediquei exclusivamente às carreiras da Advocacia Pública, em todos os níveis da federação (AGU, PGEs e PGMs).
Tudo começou em 2021, ainda durante a pandemia e no 9º período da universidade, quando foi publicado o edital da PGE/PB. Naquele momento, pensei: “eu, nordestino e com o objetivo de ser procurador, preciso prestar esse concurso”. Como fiz uma boa faculdade (sempre estudando “certinho”), meu primeiro passo foi resolver a última prova de PGE aplicada pelo CESPE (naquela época, era a PGE/PE, que teve corte em 79 pontos). Nesse “simulado”, acertei cerca de 60 a 65 questões, com muitos erros em “lei seca”, então minha providência inicial foi:
1. Separei as leis que eu deveria dominar para me tornar procurador (fiz uma publicação sobre isso no meu Instagram, caso alguém tenha interesse. Outra fonte onde podem encontrar essa informação é no “Meu Esquematizado”)
2. Organizei as leis por grau de importância;
3. Comecei a ler e reler todas as leis, e seguiria fazendo isso até a data da prova;
4. Paralelamente, resolvia questões das matérias que não estudava naquele dia (por exemplo: se eu lia as leis de Direito Constitucional, resolvia questões de Direito Administrativo).
Desprezei o resto. Então: eu não li doutrina, não li jurisprudência (tudo isso era visto de forma indireta nas questões que eu resolvia).
Chegou o dia da prova da PGE/PB e meu resultado foi: 82 pontos. Como estava me baseando na prova da PGE/PE (que teve corte em 79 pontos, como mencionei), jurei que tinha sido aprovado na primeira fase (eu era um concurseiro iniciante e não sabia da existência do “olho na vaga”). No entanto, no dia do resultado, vi que havia sido reprovado. O corte do concurso foi de 88 pontos.
Embora o “choque”, eu não desanimei. 3 novos editais haviam sido publicados (PGE-AL, PGE-GO e PGE-RS) e eu sabia que se eu continuasse, tudo daria certo.
Fiz novos ajustes na minha rotina, adicionei o estudo diário dos informativos do STF e do STJ, e realizei as três provas mencionadas acima. Os resultados foram:
- PGE-GO: reprovei na primeira fase, ficando a 2-4 questões do corte;
- PGE-AL: reprovei, ficando a 5 questões do corte;
- PGE-RS: fui aprovado, ficando 7 pontos acima do corte.
Com a minha primeira aprovação na primeira fase, após 6 a 8 meses de estudo, percebi imediatamente uma grande “furada” em que me meti, que hoje posso resumir da seguinte forma: o estudo focado em lei seca, questões e leitura superficial de informativos me fez passar rapidamente na primeira fase, mas a falta de doutrina e da leitura dos fundamentos das decisões me deixaram sem “base” para as questões discursivas/práticas.
Foi nesse momento que passei a estudar de forma intensiva as doutrinas do “núcleo duro das procuradorias”, desprezando a leitura de lei seca.
Fui fazer a segunda fase da PGE-RS e o resultado foi: obtive o mínimo necessário em 5 das 6 disciplinas (Constitucional, Tributário, Processo Civil, Previdenciário Público e Trabalho), mas reprovei em Direito Administrativo, com 47 pontos.
Nesse meio tempo, havia feito a primeira fase da PGDF e, adivinhem? Reprovei na primeira fase! Voltei a errar questões de lei seca, pois meu foco exclusivo estava em doutrina.
Com esses erros, percebi que meus estudos não poderiam viver em extremos (focado exclusivamente em doutrina ou lei, de forma individual), mas que deveria haver uma harmonia entre lei seca, questões, doutrina e jurisprudência. Para me auxiliar, foi nesse momento que adquiri o “Meu Esquematizado”.
A partir de então minha rotina de estudo passou a ser:
- Pela manhã, eu lia lei seca, 2-3 horas;
- Pela tarde, eu lia doutrina, 2-3 horas;
- Pela noite, eu resolvia questões OU estudava os informativos, 1-2 horas.
Como os senhores podem perceber, eu estudava de 5 a 8 horas por dia, realizando essa rotina 6 dias por semana.
Quando estava distante do período de provas, eu estudava cerca de 5 horas por dia. No entanto, à medida que as provas se aproximavam, aumentava as horas de estudo, especialmente nas duas semanas anteriores.
Após esses ajustes, a primeira prova que fiz foi a da PGE-AM, na qual fui aprovado, pela primeira vez, na prova discursiva e com um SUPER DETALHE: eu havia trocado a folha de rascunho com a folha de resposta e simplesmente perdi diversas linhas da peça e das questões. Também fui bastante penalizado pela bagunça. Mas, ainda assim, deu tudo certo e fui para prova oral (minha primeira).
Diferente das outras vezes, não modifiquei meus estudos em quase nada para fazer essa primeira prova oral, apenas continuei com meu estudo regular com menos tempo de leitura de lei com mais tempo no estudo jurisprudencial.
O resultado foi: obtive minha primeira aprovação em uma procuradoria relevante (PGE-AM)! Embora minha classificação não tenha sido tão boa, foi um motivo de grande alegria, pois, pela primeira vez, fui definitivamente aprovado.
Ato contínuo, com a mesma rotina de estudo passei nas seguintes provas:
1. PGM Porto Alegre (vinguei minha reprovação na PGE-RS hahahaha);
2. Oficial de Justiça do TJ-BA (prova em casa, acabei fazendo e passei em 5º lugar);
3. PGM São Paulo;
4. PGM Marechal Deodoro (metropolitana de Maceió);
5. Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN);
6. Advogado da EBSERH;
7. Procurador do Ministério Público de Contas do Mato Grosso do Sul (MPC-MS);
8. Procurador da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP);
9. Procuradoria do Estado de Goiás (PGE-GO).
Com a aprovação na PGE-GO, decidi que era hora de parar. Ela será minha escolha final por diversos motivos: seja pela remuneração, pela possibilidade de advogar, pela força institucional, pelo Estado de Goiás, pela lotação na capital e entre outros diversos motivos.
Meus amigos, o mix de felicidade e realização ao ser aprovado no concurso dos seus sonhos é indescritível. Se vocês pudessem imaginar, estudariam ainda mais a cada dia. É, sem dúvida, uma das melhores experiências da vida, e eu tenho a certeza de que todos vocês também viverão esse momento.
Para finalizar, gostaria de compartilhar algumas dicas importantes com todos vocês, dicas essas que repasso com muito carinho e que vem de alguém que errou bastante, mas que sempre aprendeu com cada erro:
- Não ignore completamente o estudo da lei seca, da doutrina ou da jurisdição; estude as três fontes de forma simultânea. Ao privilegiar apenas a lei seca, você pode passar mais rápido na primeira fase, mas corre o risco de reprovar logo em seguida (vejam meu exemplo acima);
- Faça questões todos os dias, e escolha a disciplina que você NÃO ESTUDOU naquele dia. Isso ajudará a treinar melhor o seu cérebro para o cenário da prova, afinal, no dia da prova, você enfrentará questões de temas que não foram abordados nas vésperas;
- Leia o blog do Edu, especialmente a "Superquarta". Quase todas as questões discursivas (estimativa de 90-95%) que já fiz estão aqui, é algo impressionante e que vocês não podem ignorar se quiserem ser aprovados mais rapidamente (uma observação: na minha primeira prova discursiva, em Previdenciário Público, uma disciplina em que muitos reprovaram, eu passei porque TODAS as questões estavam no blog e eu já as havia treinado);
- Estudar um pouco todos os dias é melhor do que não estudar nada. Quando houver descumprimento do cronograma de estudo, aproveite os finais de semana e feriados para recuperar o tempo perdido (no fim, isso fará toda a diferença);
- Se o tempo for curto, se você estiver na fila do banco ou em qualquer outra situação semelhante, faça questões. Baixe o aplicativo do "QConcursos" e aproveite esse "tempo morto";
- Você não precisa estudar mais de 5 horas por dia para ser aprovado em concurso público, mas à medida que a data da prova se aproxima, especialmente nas 2-3 semanas finais, é importante intensificar os estudos para aproveitar melhor a memória de curto prazo;
- Repitam, repitam e repitam. A aprovação vem depois de dezenas de revisões;
- NÃO troque de material doutrinário, isso vai atrasar sua aprovação. Escolha um bom e vá com ele até o final;
- Não se preocupe com a fase oral até chegar nela. É a fase que costuma ser mais tranquila;
- Faça o máximo de provas que você puder, dentro da sua realidade;
- Por fim, saibam que as coisas não acontecem da noite para o dia. O estudo para concurso deve ser encarado como uma maratona, não como uma corrida curta. Quem tem disciplina por mais tempo é quem acaba de ser aprovado.
Por hoje é isso, pessoal! Eu poderia facilmente ficar aqui por muitas outras linhas, contando as diversas outras histórias que aconteceram comigo, mas vou poupar o tempo de estudo de vocês e a paciência do Edu.
Fiquem bem e, se precisarem, estarei à disposição no meu Instagram (@emiliotenorio_).
Agradeço ao Emílio por compartilhar sua hist[oria e dicas com todos.
Muito obrigado.
Eduardo, em 13/03/2025
No instagram @eduardorgoncalves
Excelente!!
ResponderExcluirMuito bom!!! Obrigada por todas as dicas!
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