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DEPOIMENTO DE APROVADA - MPSC - RAÍZA REZENDE

Olá pessoal, bom dia. 

Hoje é dia de postarmos um depoimento super legal aqui no site. A Raíza Rezende, que nos escreveu em 2018 sobre como É TRABALHAR NA ASSESSORIA E ESTUDAR PARA CONCURSO (CLIQUE E LEIA A POSTAGEM) hoje volta ao site para contar o fim dessa história, ou melhor o começo de uma nova etapa, agora como PROMOTORA DE JUSTIÇA EM SANTA CATARINA. 

De pronto parabenizamos a Raíza pela merecida conquista. Raíza foi minha caloura na faculdade, em Jacarezinho. Parabéns e sucesso na carreira do MP/SC. 

Ao texto: 

Com muita alegria retorno pra contribuir mais uma vez no Blog do Eduardo.

Dois anos depois do texto que fiz, fui aprovada para ser Promotora de Justiça em Santa Catarina, com posse ainda nesse mês de março.

Engrosso o coro daqueles que negam a existência de um caminho único e certo na preparação. Sou entusiasta das histórias comuns, reconhecendo as lutas e renúncias de cada um nesse mundo dos concursos.

Pois bem, o MPSC apareceu para mim de uma forma contida e foi ganhando espaço aos poucos no coração. Quando saiu o edital, como sou paranaense, pensei: Santa Cataria está logo aqui do lado e é uma ótima oportunidade; ao mesmo tempo, tinha a prova do MPSP chegando, para a qual contratei cursinho específico e era minha prioridade.


Vi que a primeira fase de Santa Catarina era bem peculiar, são 400 afirmativas de V ou F, divididas em duas provas, uma na manhã e outra durante a tarde, por grupos de matérias. Como forma de preparação, conciliei com o curso para o MPSP a resolução de exercícios de provas anteriores no Qconcursos, além das revisões de lei seca e jurisprudência; isso me ajudou a ter uma leitura sobre o perfil da prova, já que não tinha feito antes.

Embora não pareça em um primeiro momento, as provas não são tão exaustivas; o raciocínio de enunciado por enunciado, sem ter que guardar uma lógica necessária com o anterior, torna a resolução mais rápida. Optei por não deixar nenhuma afirmativa em branco (certa: 0.5; errada – 0.5 e em branco 0), o que me trouxe pontos valiosos para a aprovação.

Passei! Muitas lágrimas e alegria, mas também muita preocupação, já que meses antes eu reprovei na segunda fase do MPMG e ainda trazia a frustração. Contratei cursinhos com rodadas semanais de peças das matérias cobradas, com correção personalizada, para tentar fazer diferente.

Destaco aqui que atuei por quase 10 anos no MPPR, como estagiária de graduação e depois como assessora de um Promotor. No entanto, os cursos individualizados nessa fase são MUITO importantes. Sou capaz de dizer que talvez a soberba tenha me eliminado do MPMG; acreditei que a experiência seria quase suficiente. Vejam bem, naquela prova eu também contratei um cursinho, também me dediquei, mas talvez a cabeça não estivesse pronta e meu lugar não fosse ali.

Para o MPSC eu tirei 15 dias de férias na Promotoria, fiz e refiz provas de vários concursos anteriores para entender a banca. Precisava me afiar, tanto psíquica como fisicamente, já que cada prova dura um dia inteiro (manhã peça e tarde questões). Consegui otimizar as revisões dos meus cadernos e jurisprudência.

Como a maioria de vocês deve saber, a prova foi cabulosa. Primeiro domingo: penal – enunciado com 16 páginas, que resultou em duas ou uma denúncia (isso variou entre cada colega aprovado). De tarde enunciado de 12 páginas para quatro questões, tudo MUITO cansativo. Fim do dia: abalo da autoestima e esperança por um único fiozinho; o desânimo abateu e trouxe muito choro, mas decidi ficar para fazer a prova de civil/difusos no domingo seguinte. Nesta prova as coisas desenrolaram melhor, apesar de mais uma vez ter muita informação.

No fim das contas estava com 1% de chance apenas e tentando desencanar, mas algo não me deixava perder a fé; foi Deus, era meu lugar. No dia previsto para o resultado mal conseguia trabalhar ou conviver com as pessoas. Era de noite e eu estava em uma ligação por vídeo com uma das minhas melhores amigas da infância quando vi uma notificação no celular: VOCÊ PASSOU! Meu Deus, choro de novo só de lembrar e escrever, que alegria, eu consegui o meu milagre. Li e reli, contei pra tantas pessoas, muita euforia, porém dois dias depois veio o pânico. E AGORA? FALTA TÃO POUCO! A escolha mais difícil, tirei 50 dias de férias, quase tudo que eu tinha pra entrar na bolha da reta final.

Na fase oral investi tudo o que pude, contratei tudo o que achei que valia a pena, três cursinhos (Júlio César de Almeida do MPF, CEI e Prof. Acácio Garcia). O ciclo de revisões foi bem mais alinhado com a primeira fase, bastante lei seca, jurisprudência e meus inseparáveis caderninhos surrados. Nosso grupo de 13 sobreviventes se uniu e se ajudou mais do que eu poderia pensar. Montamos drive com arquivos, fizemos treinos por skype, trocamos as angústias e a felicidade que aquele momento proporcionavam.

Primeiro a tribuna, sorteio do tema, 1h de preparação na biblioteca (imensa gratidão por todas as servidoras prestativas) e apresentação de 8 a 12min. O meu foi acordo de não persecução cível, algo que tinha treinado nos dois domingos anteriores à prova; foi Deus! Depois fui sorteada para o último dia das arguições, a primeira da fila. Apesar da grande ansiedade, acordei com a tranquilidade de que eu tinha abdicado de tudo que era possível, investido e trabalhado no meu máximo.

Como disse um professor querido do VIPJUS (acompanhamento que fiz durante um ano e meio): entre naquele auditório com o sorriso de quem está no dia mais feliz da vida e vai fazer acontecer o sonho mais esperado! Encontrei meus amigos no “inferninho”; sorteamos os pontos do dia; peguei meu e fui para a meia hora de confinamento; escolhi só coisas pontuais para ler, dentre elas algo de filosofia e leis penais especiais, as quais caíram – foi Deus!

Cheguei e vi um auditório lotado, mas eu estava exclusivamente focada nos examinadores. Respondi com confiança, até mesmo nas incertezas, e quando não sabia tive a humildade de falar que não me recordava do ponto especificamente (Obrigada Júlio). No final, recebi abraços e elogios de quem nem conhecia, conversei com alguns examinadores que me tranquilizaram.

O resultado saiu no mesmo dia de noite, fomos todos assistir. A maior emoção até hoje, ouvir meu nome sendo falado pelo Procurador-Geral de Justiça: serei Promotora Substituta em Santa Catarina.

Não são só aqueles que ficaram em casa 'só' estudando ou os que passaram com 24 ou 25 anos que são aprovados. Eu trabalhei todos esses anos. Fiz milagre com meu tempo para continuar vendo minha família; quase não viajei de férias para economizar os preciosos dias, porque sabia que eu chegaria nas próximas fases e me dedicaria totalmente. Meus amigos aprovados têm idades variadas, alguns já são casados e têm filhos, todos de extrema competência, inteligência e VOCACIONADOS! Cada um fez o sonho acontecer no seu tempo, após viver tudo que precisava para chegar lá.

Finalizo dizendo algumas coisas. Poderia falar que tive a terceira melhor nota da prova oral, mas não é isso; ou poderia dizer que classificação não importa, mas também não é isso.

Batalhem em cada questão, cada ponto, lutem para ter um progresso pessoal e nos concursos. Quando soube da aprovação, li um post do Júlio que traduziu o que eu sentia, como se fosse uma zebra entre tantas pessoas com várias aprovações, mais experientes que eu. Só a partir do momento que eu acreditei verdadeiramente em mim e valorizei minhas melhores características, também tornei a vitória real.

Só quando nós acreditamos é que tudo acontece; não dependam da aprovação de ninguém. No fim de um dia de trabalho com a necessidade de chegar em casa e estudar, você só vai encontrar a motivação dentro de si mesmo!

Eduardo, em 29/03/2020
No instagram @eduardorgoncalves 
O instagram da Raíza é @rezenderaizaa

7 comentários:

  1. Muito orgulho de você minha irmã Doutora Raíza.
    Deus abençoe sua nova missão!

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  2. Raíza, me identifiquei mt com a sua história. Tbm nutro uma paixão pelo MP já que fui estagiária e assessora lá por quase 10 anos. Agora, em outro órgão público, sinto ainda mais falta do MP. Porém, em meio à luta de trabalhar e estudar, inclusive optei por sair de lá por causa disso, vejo que me sonho de ser promotora de justiça não morreu. Obrigada pelo seu depoimento. Deu o ânimo que eu precisava para parar de procrastinar e retomar o caminho para o meu sonho.

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  3. Que injeção de ânimo, estas histórias acalenta o coração e nos faz crer que tudo é possível com dedicação.

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  4. Muito chato quando dizem: foi Deus, foi Deus, Deus queria que eu estivesse ali, Deus não queria que eu estivesse ali. Ateus e agnósticos como eu passamos em vestibulares, em concursos, somos cientistas, somos bons pais, bons filhos, bons esposos. Temos ateus importantes na história, que contribuíram para termos um mundo melhor, mais pacífico, mais solidário. Eu, ateu desde criança, passei em vários concursos, fui policial civil, passei no concurso da aeronáutica, em todos os vestibulares que fiz, sou sociólogo e formado em direito, tenho duas pós-graduações e sou servidor da Justiça Federal. Além disso, tenho uma esposa há 22 anos e duas filhas maravilhosas, que me amam bastante. Não tenho nada contra religiões nem religiosos, mas quero deixar meu depoimento para dizer que SIM, não importa se você crê ou não em Deus para fazer sucesso, basta ter força, garra, dedicação, foco, objetivo. Não precisamos atribuir a outrem nosso resultado positivo: venci por minha causa, por causa das pessoas que amo. Portanto, ateus e agnósticos, não se intimidem com os discursos religiosos que dizem que apenas têm sucesso, passam em concursos aqueles que creem, como já vi por aqui. Não, os descrentes, os humanistas, têm a mesma capacidade.

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    Respostas
    1. Você atribui o sucesso ao fato de "ter força, garra, dedicação, foco, objetivo". Ela atribui a Deus. Você pretende impor sua visão de mundo ao dizer que "muito chato quando dizem: foi Deus". O relato/depoimento do aprovado é subjetivo, cada um conta sua experiência de vida. Chato mesmo é você criticar os outros pelo simples fato deles possuírem uma visão diferente da sua.

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